O Ibovespa (foto), principal índice de ações da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), fechou em queda na sessão desta quinta-feira (29), seguindo a aversão a risco no exterior e a apreensão com uma aparente redução de exposição nos dias que antecedem o primeiro turno das eleições.

O desempenho no mercado nacional seguiu o mau humor global, com o Ibovespa operando no vermelho durante todo o dia. No fechamento, o índice marcou queda de 0,73%, aos 107.664 pontos.

Os juros futuros, no entanto, responderam bem às falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no meio do dia e apagaram as altas da manhã para fechar com curva em praticamente todos os vértices. Durante a entrevista coletiva, realizada após a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação, Campos Neto disse que o BC trabalha com a perspectiva de um primeiro corte na taxa Selic em junho do ano que vem. De acordo com ele, dessa forma, seria possível alcançar as metas de inflação previstas para os próximos anos.

Além disso, o mercado parece ter gostado do posicionamento do presidente da autarquia sobre propostas de mudanças na atuação da autoridade monetária, para contemplar metas de geração de emprego e crescimento econômico defendidas por Lula em entrevistas recentes.

Campos Neto defendeu que ambos os objetivos só serão atingidos se houver estabilidade de preços, reforçando a importância do controle inflacionário.

No campo das commodities, o dia foi de volatilidade para o petóleo, com o barril tipo Brent negociando em queda próximo dos US$ 88, enquanto o minério de ferro recuperou parte das perdas da manhã, para fechar a US$ 96,6/tonelada em Singapura.

O dólar teve dia de valorização pelo mundo, com novas falas de membros do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) indicando aperto monetário agressivo por lá. Contra o real, a moeda norte-americana também apresentou força e voltou ao patamar dos R$ 5,40.