Joesley e Wesley estão de volta
Os irmãos Wesley e Joesley Batista voltarão a ocupar cargos no conselho de administração da JBS depois de quase sete anos
A JBS informou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a criação de duas novas vagas no conselho de administração da empresa, que serão ocupadas por dois velhos conhecidos do mercado e do Ministério Público: os irmãos Wesley e Joesley Batista.
Afastados do conselho desde maio de 2017, eles renunciaram aos cargos em meio a acusações de que eles teriam utilizado informações privilegiadas sobre as delações premiadas fechadas com o MPF para manipular o mercado com a compra e venda de ações.
Embora tenham sido presos em 2018, os irmãos Batista foram absolvidos pela CVM.
O retorno
Os irmãos Wesley e Joesley Batista já haviam retornado ao noticiário após a J&F, grupo que controla a JBS, conseguir no Supremo Tribunal Federal a suspensão do pagamento da multa de 10,3 milhões de reais estabelecida no acordo de leniência firmado com o Ministério Público.
O valor corresponde a desvios identificados em uma série de operações, incluindo Greenfield, Sépsis, Cui Bono (Lava-Jato), Carne Fraca e Bullish.
Em dezembro de 2023, o ministro Dias Toffoli, do STF, acatou um pedido da empresa para suspender os pagamentos. A J&F alegou que o MPF estava cometendo abusos na aplicação do acordo de leniência.
No despacho, o magistrado autorizou a empresa a reavaliar os anexos de seu acordo junto à Corregedoria-Geral da União (CGU) para corrigir possíveis “abusos que tenham sido praticados, especialmente (mas não exclusivamente) no que se refere à utilização das provas ilícitas declaradas imprestáveis no bojo desta reclamação, para que no âmbito da CGU apenas sejam considerados anexos realmente com ilicitude reconhecida pela Requerente”.
“Ban the Batistas”
Enquanto o grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista renegocia acordos de leniência firmados no Brasil, movimentos internacionais, como o “Ban the Batistas”, tentam impedir a JBS de conseguir acesso ao mercado de capitais americano.
Em janeiro de 2024, 12 parlamentares do Reino Unido, onde a JBS atua por meio da marca Pilgrim’s Pride Corporation, enviaram uma carta à comissão de valores mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) pedindo “para que o pedido de IPO da JBS seja rejeitado”, um desejo por uma “mensagem clara de que os EUA permanecem firmes em seu compromisso de combater às mudanças climáticas”.
Também em janeiro de 2024, senadores americanos enviaram uma carta ao presidente da SEC, Gary Gensler, dizendo que a “aprovação da proposta de listagem da JBS sujeitaria os investidores dos EUA ao risco de uma empresa com um histórico de corrupção flagrante e sistêmica, e ainda consolidaria seu poder de monopólio”.
Além dos parlamentares americanos, o movimento “Ban the Batistas” foi lançado em novembro de 2023 para bloquear a listagem da JBS na Bolsa de Valores de Nova York.
Em janeiro, o “Ban the Batistas” registrou no Congresso dos Estados Unidos o escritório Actum, do qual Spell é vice-presidente, para realizar seu lobby em Washington contra a listagem da empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista.
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