IPEA: países com pior desempenho no combate à pandemia sofreram mais perdas econômicas
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) mostra que países com pior desempenho no combate à Covid acabaram sofrendo maiores perdas econômicas, sendo obrigados a lançar pacotes fiscais mais generosos e comprometendo o equilíbrio de suas contas...
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) mostra que países com pior desempenho no combate à Covid acabaram sofrendo maiores perdas econômicas, sendo obrigados a lançar pacotes fiscais mais generosos e comprometendo o equilíbrio de suas contas.
Com mais de 270 mil mortes, o Brasil registrou em 2020 queda de 4,1% do PIB, apesar da injeção de R$ 524 bilhões do “orçamento de guerra”, caindo para o 19º lugar em ranking. Estão no topo aqueles países que combateram a pandemia com vigor, informa o Estadão.
“Aqueles que não conseguiram controlar a crise sanitária tiveram muitas mortes, tiveram mais perdas econômicas e sociais. Na medida em que os danos econômicos e sociais são maiores, eu preciso gastar mais para mitigar esses danos econômicos e sociais. Quem fez a lição de casa, fez a estratégia de achatamento bem feita, informou a população, tomou medidas de precaução, conseguiu evitar a crise sanitária, evitou os danos econômicos e sai com o sistema econômico social mais resiliente“, afirma o economista Rodrigo Orair, responsável pelo estudo.
Segundo ele, o Brasil teve uma das crises mais graves, considerando o número de mortes, a perda do PIB e o tamanho do pacote fiscal.
“Até o início de março, o País tinha uma média de 1.210 mortes por milhão, uma das maiores em um conjunto de 30 países analisados, e uma perda relativa de 6,1 pontos porcentuais entre o crescimento esperado antes da pandemia e o que foi efetivamente observado. O pacote fiscal, considerando todas as medidas (inclusive de crédito), ficou em 14,5% do PIB, comparável ao adotado em países avançados.”
O Brasil também parece ter ficado para trás na discussão sobre a recuperação no pós-pandemia.
“Inúmeros países já anunciaram ou estão anunciando pacotes de estímulo fiscal para favorecer a recuperação econômica e o alcance de objetivos estratégicos de médio e longo prazos, enquanto o Brasil parece apostar na estratégia de que será possível superar a crise social e econômica prescindindo desse tipo de pacote fiscal.”
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