A economia é uma incógnita nas eleições brasileiras
Matias Spektor afirma como a questão econômica permanece uma incógnita nas eleições brasileiras, apesar dos sinais emitidos pelos candidatos já postos...
Matias Spektor afirma como a questão econômica permanece uma incógnita nas eleições brasileiras, apesar dos sinais emitidos pelos candidatos já postos:
“Para lidar com o problema, o candidatos à Presidência mandam sinais ao mercado financeiro o tempo inteiro. Eles sabem que suas palavras afetam o clima econômico e, por tabela, as expectativas do eleitorado.
Assim, a campanha de Alckmin deu largada ao processo de sinalização com Persio Arida. Bolsonaro fez o mesmo, indicando Paulo Guedes. Devido ao histórico do candidato em questões econômicas, seu desafio na sinalização é bem maior: além de claro, ele tem de ser crível.
Ciro também começou a sinalizar, mas no sentido oposto. Sua estratégia de campanha é questionar as reformas de Temer e prometer outra saída. Em nome dele, já sinalizam Nelson Marconi e Mangabeira Unger. Diante da pergunta se Ciro seria domesticável para o mercado, a resposta deste último é certeira: ‘Jamais, a meu ver, será’. Marina ainda não emite sinais ao mercado, mas logo o fará.
Ocorre que, numa eleição como a brasileira, o vaivém das alianças dura todo o período eleitoral. Mercado e eleitorado não têm convicção plena de que os candidatos conseguirão impor suas preferências às coalizões em disputa até a formação do ministério, uma vez encerrada a contagem das urnas.
Na prática, essas características de nosso sistema criam oportunidades numerosas para dinâmicas de contágio que nenhuma autoridade nacional consegue controlar.
É melhor rejeitar as avaliações complacentes de quem vive de vender estabilidade.”
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