Crusoé: Quem quer trabalhar em uma fábrica nos EUA?
Pesquisa sobre as expectativas dos americanos em relação ao comércio internacional ajuda a entender o tamanho do desafio que Trump se impôs

Viralizou no fim de semana nas redes sociais uma pesquisa sobre as opiniões dos americanos em relação ao comércio internacional e a globalização, divulgada pelo Cato Institute/YouGov em agosto de 2024.
Foram entrevistados 2.109 pessoas de 22 a 29 de fevereiro daquele mesmo ano, e os resultados expõem as contradições das expectativas dos eleitores dos Estados Unidos sobre o tarifaço de Donald Trump — e ajudam a entender também a dificuldade do desafio que o presidente americano se impôs.
A contradição que viralizou foi a seguinte: 80% dos consultados concordam que “Os Estados Unidos estariam melhor se mais pessoas trabalhassem na indústria”. Ao mesmo tempo, apenas 25% dos americanos concordam com a frase “Eu estaria melhor se trabalhasse em uma fábrica” — outros 2% trabalham em fábricas e 73% discordam.
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Quer dizer, os americanos querem a indústria de volta, mas a maioria não gostaria de trabalhar numa fábrica. E talvez menos ainda queiram caso tenham de receber os salários pagos para os chineses, entre outros asiáticos, nos países onde essas plantas de produção foram parar.
A margem de erro da pesquisa é de 2,42 pontos percentuais para mais ou menos, e e essa é apenas uma das várias contradições reveladas por ela, cujos resultados vieram à tona novamente por ocasião da guerra tarifária iniciada por Trump.
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Contradições
A pesquisa indica que 77% dos americanos concordam com a frase “Os americanos não deveriam ter permissão para negociar com pessoas de países que permitem a persistência de condições de trabalho inseguras e injustas”.
Ao mesmo tempo, 68% concordaram com a afirmação “Os cidadãos dos EUA devem ser livres para comprar e vender para praticamente qualquer pessoa no mundo sem interferência do governo”.
A maioria (61%) também concordou com a frase…
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Comentários (1)
Manoel Coutinho
14.04.2025 17:35A conta não fecha e ainda não querem os imigrantes por lá.