Crusoé: O malabarismo dos endividados
André Mattos de Souza, 43 anos, natural de Brasília, é retrato de um Brasil que não consegue pagar suas contas. O analista de sistemas hoje tem uma...
André Mattos de Souza, 43 anos, natural de Brasília, é retrato de um Brasil que não consegue pagar suas contas. O analista de sistemas hoje tem uma renda relativamente boa para os padrões nacionais: em torno de R$ 7 mil ao mês. Mas ela já foi de R$ 10 mil, há dois anos. Com a redução de aproximadamente um terço dos seus vencimentos, André foi obrigado a fazer cortes nos gastos. Alguns eram supérfluos, é bem verdade. Academia e jantares. Outros, nem tanto, como plano de saúde. Ele também se viu obrigado a vender o carro, um HB20 ano 2016, mas, mesmo assim, ainda tem problemas para fechar o mês. “É um malabarismo diário. Estamos fazendo de tudo, como ir a mercado mais baratos a comprar produtos menos conhecidos. Essa é a nossa nova realidade”, diz Souza.
Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Brasil tem um recorde de famílias endividadas. Em julho, a proporção chegou a 78,1%. O mais preocupante, no entanto, é que 29,6% das famílias são inadimplentes. Ou seja, quase um terço dos lares brasileiros perdeu a capacidade de honrar suas dívidas.
O governo federal busca combater os sintomas agudos dessa doença. Em julho, lançou o programa Desenrola, para permitir a renegociação de dívidas e a retirada de nomes dos cadastros de maus pagadores. Inicialmente, o programa foi liberado para pessoas com renda entre R$ 2,6 mil e R$ 20 mil. Mais de R$ 8 bilhões já foram renegociados e 5 milhões de pessoas limparam seus nomes.
Neste momento,…
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