Copom inicia ciclo de corte da Selic hoje com apostas entre 0,25 p.p. e 0,50 p.p.
O dia de hoje será de expectativa pelo primeiro corte na taxa básica de juros após 11 meses do aumento que levou a Selic aos atuais 13,75% a.a.. A decisão também será a primeira com a participação de diretores do Banco Central indicados por Lula...
O dia de hoje será de expectativa pelo primeiro corte na taxa básica de juros após 11 meses do aumento que levou a Selic aos atuais 13,75% a.a.. A decisão também será a primeira com a participação de diretores do Banco Central indicados por Lula.
O Copom (Comitê de Política Monetária) parece estar dividido, assim como o mercado financeiro e economistas, em dois grupos distintos: um defende um corte mais “cautelos0”, de 25 pontos base, enquanto o outro acredita que há condições para uma redução de 50 pontos base na taxa. Galípolo (Política Monetária) e Aquino (Fiscalização), que participam pela primeira vez da reunião do colegiado, devem estar no time mais expansionista e argumentar em favor de um Selic em 13,25% a.a. a partir de amanhã. Do lado contrário, Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais) e Diogo Guillen (Política Econômica) têm indicado estarem no grupo mais cauteloso.
Ainda há outros cinco votos em disputa, incluindo o do presidente do BC, Roberto Campos Neto. De acordo com a assessoria de imprensa da autoridade monetária, é ele quem decidirá a questão em caso de empate. As decisões do Copom costumam ser definidas com maioria absoluta de votos, isto é, a escolha com 5 votos ou mais define os rumos da política monetária brasileira. No caso de uma disputa entre três correntes distintas vence aquela com mais votos. Se houver empate nas duas mais votadas, a que contar com o voto do presidente da autarquia leva.
A magnitude do corte da Selic ao final do dia de hoje também pode estressar ainda mais a relação entre Executivo e BC autônomo. Desde o início do governo, Lula e boa parte do PT tem tido dificuldade em aceitar as decisões da autoridade monetária sobre o patamar da Selic, o que levou a forte ruídos sobre a manutenção da independência da autarquia. O governo defende um corte de, pelo menos, 0,50 p.p.. Qualquer coisa abaixo disso, aumentará ainda mais a pressão sobre o Banco Central e, principalmente, Roberto Campos Neto, visto pelos petistas como um agente infiltrado bolsonarista.
Além disso, os investidores acompanham também resultados corporativos de Suzano, CSN, Taesa, Dexco, CSN Mineração e Prio após o fechamento do mercado.
No exterior, o mercado avalia o rebaixamento da nota soberana dos Estados Unidos pela Fitch de AAA para AA+, o que parece estar ajudando o sentimento de aversão a risco neste início de quarta-feira, com bolsas globais majoritariamente no vermelho.
No campo das commodities, minério de ferro cai novamente em Singapura, negociado a US$ 104,10 (-1,82%). O petróleo, no entanto, continua a ter preços reajustados pra cima em um movimento que ganhou força ontem após a divulgação de dados da API (American Petroleum Institute) apontando para queda forte nos estoques do combustível nos EUA. O barril tipo Brent avançava 0,67%, às 8h41, cotado a US$ 85,47.
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