Bolsas europeias reagem com cautela após China impor tarifas contra EUA
Apesar das tensões comerciais, analistas indicam que o mercado reagiu de forma contida

As principais bolsas europeias registraram queda nesta terça-feira, 4, após a China anunciar tarifas sobre produtos norte-americanos em retaliação às medidas adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O índice Stoxx Europe 600 recuou 0,1%, enquanto o FTSE 100, no Reino Unido, caiu 0,2%. Ambos apresentaram perdas mais expressivas durante o início das negociações.
A resposta chinesa veio após Trump impor, no fim de semana, um aumento de 10% nas tarifas sobre produtos importados da China, medida que entrou em vigor hoje. Em contrapartida, Pequim aplicou tarifas sobre exportações de energia dos EUA, impôs novas restrições ao comércio de minerais estratégicos e iniciou uma investigação antitruste contra o Google.
Apesar das tensões comerciais, analistas indicam que o mercado reagiu de forma contida. “A resposta da China foi vista como moderada”, afirmou Mitul Kotecha, chefe de estratégia de mercados emergentes do Barclays. Segundo ele, a reação nas bolsas ligadas à China foi menos negativa do que se temia inicialmente.
Nos EUA, as tarifas sobre o Canadá e o México foram suspensas após negociações de última hora, o que trouxe certo alívio aos mercados, que haviam registrado quedas bruscas na segunda-feira diante do temor de uma recessão global.
O dólar norte-americano enfraqueceu 0,4% em relação a uma cesta de moedas, enquanto as bolsas asiáticas apresentaram desempenho superior às europeias. O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 2,8%, impulsionado pelas empresas de tecnologia chinesas, como Tencent, Alibaba e Xiaomi. Já a moeda chinesa, o renminbi offshore, valorizou-se para 7,29 por dólar.
O petróleo também foi afetado: o Brent caiu 1%, sendo negociado a US$ 75,23 por barril, enquanto o West Texas Intermediate recuou 1,6%, cotado a US$ 72 por barril. No mercado de gás natural, os preços na Europa cederam, refletindo as tarifas da China sobre as exportações de gás natural liquefeito dos EUA e a expectativa de aumento na oferta de gás norte-americano na Europa.
A expectativa agora gira em torno de uma possível conversa entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, nos próximos dias, o que poderá definir os próximos capítulos desta disputa comercial.
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