Após R$ 14 bi de prejuízo, Petrobras vai reativar Comperj, alvo da Lava Jato
Obras no complexo, que chegou a ser apelidado de "cemitério da corrupção", serão retomadas. O valor dependerá do resultado da licitação
A Petrobras lançou processo de licitação para concluir o projeto do Polo GasLub, novo nome do antigo Comperj. O projeto, localizado no município de Itaboraí (RJ), foi interrompido em 2015 após a o descoberta de casos de corrupção envolvendo as obras no complexo. Nos anos seguintes, a petroleira abandonou a construção de unidades de refino e de lubrificantes.
Recentemente, em 2020, o então presidente da estatal, Roberto Castello Branco, propôs a mudança no nome do complexo, chamado por ele de “cemitério da corrupção”, para Gaslub.
A estatal defende que a retomada das obras, que custaram 14 bilhões de reais em propinas, superfaturamento e alterações no projeto, deve gerar 10 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, as novas unidades de refino terão capacidade para produzir cerca de 12 mil bpd (barris por dia) de óleos lubrificantes, além de 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de QAV-1 (querosene de aviação).
“A contratação é um marco para a retomada do Polo GasLub e com ela a companhia volta a investir em um empreendimento de grande importância não só para a Petrobras, mas para o Rio de Janeiro e todo o Brasil”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em nota divulgada pela empresa.
Além disso, o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, defende que ressuscitar o “cemitério da corrupção” é uma estratégia positiva para a petroleira. “A decisão da companhia reforça a estratégia de manter sua atuação com ativos focados na proximidade entre a oferta de óleo e gás e o mercado consumidor“, disse o diretor.
Em janeiro deste ano, a petroleira retomou as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, paralisada desde 2015 em função das investigações da Lava Jato e apontamentos do TCU (Tribunal de Contas da União) de superfaturamentos de, pelo menos 2,1 bilhões de reais durante as obras do projeto.
As obras na Abreu e Lima consumiram cerca de 90 bilhões de reais antes da paralisação em 2015 e, estima-se, que o projeto de retomada e ampliação deva custar entre 6 bilhões de reais e 8 bilhões de reais agora.
Definitivamente, o Brasil voltou, como gostam de bradar os governistas.
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