Olhar para a frente
No finzinho do ano passado, fiz duas apostas para 2021. Acertei a primeira e errei ridiculamente a segunda. Na Crusoé, profetizei o tombo do sociopata, numa coluna intitulada “Bolsonaro vai perder em 2022”. Depois de cravar que sua popularidade desabaria e que ele seria derrotado nas urnas por “qualquer espertalhão que soubesse encarnar o antibolsonarismo”, acrescentei...
No finzinho do ano passado, fiz duas apostas para 2021. Acertei a primeira e errei ridiculamente a segunda.
Na Crusoé, profetizei o tombo do sociopata, numa coluna intitulada “Bolsonaro vai perder em 2022”. Depois de cravar que sua popularidade desabaria e que ele seria derrotado nas urnas por “qualquer espertalhão que soubesse encarnar o antibolsonarismo”, acrescentei:
“A minha aposta é que, em 2022, o brasileiro queira cancelar este ano medonho – 2020 – e olhar para a frente”.
“Jair Bolsonaro continuou com suas tramas golpistas, e uniu a sabotagem da quarentena à sabotagem da vacina. De lá para cá, foram nove meses de desvarios e de mortos, empilhados um sobre o outro. Pior ainda: o sentimento de ojeriza e de revolta das pessoas, que representava uma espécie de defesa imunitária contra a barbárie, também adoeceu e morreu. O Brasil termina 2020 como uma terra arrasada, moralmente devastada, em que triunfaram o vírus e os agentes patógenos brasilienses, que contaminaram a sociedade inteira. O meu palpite – e não se trata de um consolo natalino, eu realmente acredito nisso – é que vamos dar uma virada em 2021. É assim que sobrevivem as espécies. Charles Darwin”.
Não demos uma virada em 2021. Ao contrário: o Brasil foi soterrado pela barbárie e continuou a se extinguir. Apesar de ter errado ridiculamente um ano atrás, renovo minha aposta panglossiana: em 2022, vamos cancelar este ano medonho – o segundo seguido – e olhar para a frente. Confie em mim. Beijoca.
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