“O homem que come gente”
“A grande obra da arte nacional”. Mario Sabino referia-se ao powerpoint desenhado pela Lava Jato, com os feitos de Lula. Ele está certo, claro. Entre o powerpoint e o Abaporu, penduro o powerpoint em minha parede. Já era o quadro mais revolucionário de nossa história. Agora o STJ transformou-o também no mais perseguido, condenando Deltan Dallagnol a pagar por sua obra-prima...
“A grande obra da arte nacional”. Mario Sabino referia-se ao powerpoint desenhado pela Lava Jato, com os feitos de Lula. Ele está certo, claro. Entre o powerpoint e o Abaporu, penduro o powerpoint em minha parede. Já era o quadro mais revolucionário de nossa história. Agora o STJ transformou-o também no mais perseguido, condenando Deltan Dallagnol a pagar por sua obra-prima.
Os manuais de pintura ensinam que Abaporu, em tupi-guarani, quer dizer “o homem que come gente”. Tarsila do Amaral retratou um canibal em seu ambiente. O powerpoint pintado por Deltan Dallagnol tem o mesmo tema: o antropófago microcéfalo que, com as mãos desproporcionalmente grandes e um nariz excepcional para farejar suas presas, devora carne humana. As cores do quadro de Tarsila do Amaral são as da bandeira brasileira: o cacto verde, o sol amarelo, o céu azul. O powerpoint de Lula irradia os mesmos tons. Não pode haver paisagem mais genuinamente brasileira do que aquela. Só que, no lugar do cacto, há o verde do departamento de propinas da Odebrecht.
O resto da minha coluna está aqui. É para os assinantes da Crusoé. Ou, melhor ainda, para os assinantes do A+C, que não é um suplemento vitamínico, e sim O Antagonista+ somado à Crusoé.
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