O regime de Vladimir Putin nega as atrocidades cometidas em Bucha da mesma maneira que os neonazistas sempre negaram o Holocausto.

Não adianta exibir as imagens de satélite com cadáveres espalhados nas ruas, ou os corpos carbonizados das mulheres estupradas, ou a sala de torturas na rua Vokzal’na 123. O negacionismo é uma patologia moderna, exacerbada pelas redes sociais, nas quais ucranianos executados com balas na nuca são achincalhados como atores de uma farsa.

O negacionismo é minoritário, mas a soma dos negacionismos não é. O Brasil é um exemplo disso: os bolsonaristas, que negam a vacina, e os lulistas, que negam a propina, uniram-se agora para negar os massacres comandados pelo carniceiro do Kremlin. Quem é capaz de ressuscitar os mortos, como essa gente, é capaz de qualquer coisa.