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Tio Barnabé: a epidemia no Plano Piloto

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 21.08.2016 15:22 comentários
Cultura

Tio Barnabé: a epidemia no Plano Piloto

Fazer esses insultos é divertido, especialmente quando se está no Limbo, como eu. Através de um médium, um grande poeta e diplomata me lembrou que, em Brasília, existe o Setor de Mansões Isoladas. Acrescentou, com picardia, que os habitantes dessa terra moram em asas (não poderia dar certo) e que, quando chegou em Brasília, disseram a ele que o lago teria sido formado artificialmente porque os engenheiros precisavam construir duas pontes. O primeiro lago do mundo que já nasceu com pontes numerus clausus...

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 21.08.2016 15:22 comentários 0

Fazer esses insultos é divertido, especialmente quando se está no Limbo, como eu. Através de um médium, um grande poeta e diplomata me lembrou que, em Brasília, existe o Setor de Mansões Isoladas. Acrescentou, com picardia, que os habitantes dessa terra moram em asas (não poderia dar certo) e que, quando chegou em Brasília, disseram a ele que o lago teria sido formado artificialmente porque os engenheiros precisavam construir duas pontes. O primeiro lago do mundo que já nasceu com pontes numerus clausus.

Conheço bem os alados e os lacustres. Mas, pelo que observo daqui, uma epidemia ronda sombriamente o Plano Piloto (provavelmente não chegou ainda às “cidades” satélites): a praga do glúten, da carne vermelha e da lactose.

Primeiro quero deixar claro que, como Don Rigoberto do Llosa, “no que me concerne, o destino do touro macho é a arena…e as estúpidas bovinas eu só gostaria de vê-las esquartejadas e assadas na grelha, temperada com especiarias ardentes e sangrando diante de mim”. Ao lado? Um Yacochuya, Malbec com um pouquinho de Bonarda, de Salta, com 16,5 graus Gay Lussac. Parafraseando o personagem de Llosa, para mim os animais não têm direitos, mas deveres comestíveis e decorativos…

Mas isso já é moda há algum tempo. Ficou mais bisonha quando associada ao furor contra à pobre proteína que amacia as massas e os pães e ao açúcar do leite.

Convidar alguém para almoçar em Brasília é um exercício de paciência…Quando come carne vermelha não come glúten; quando come glúten tem “intolerância” à lactose e assim por diante. Normalmente só teria paciência com mulher bonita nesses casos.

Há pesquisas científicas sérias que asseveram que apenas 1% da humanidade tem problemas com o glúten (os tristes celíacos), mas creio que, por um problema de amostra, uma quantidade significativa desse pessoal foi viver em Brasília, quer seja nas asas ou nos lagos.

Há pessoas estudadas que se submetem mensalmente a uma chamada “lavagem intestinal”, durante a qual um sátiro metido a médico sodomiza o sujeito com uma mangueira para proceder à “higienização” dos intestinos contra o pobre glúten…

E a lactose? Meus Deus, vocês conseguem pensar num ser humano que não coma queijo? Essas pessoas devem ter uma convulsão séria ao cheirar os traiçoeiros Neufchâtel e Brillat-Savarin, degustar os ofensisvos Brie e o Camembert e ao se refestelar com os cruéis Roquefort, Bleu d`Auvergne e o Fourme d’Ambert.

Bem, de minha parte, continuo a crer num assado de tiras de um Angus bem fornido e confesso que meu coração ficava alvoroçado diante de um foie gras e uns queijos de cabra da Córsega. Eis uma boa resposta para as indagações de Umberto Eco Carlo Maria Martini no belo “Em que creem os que não creem? ”.

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