A escritora britânica Agatha Christie – ou sua versão “ressuscitada” por IA – já está disponível na plataforma BBC Maestro para dar lições de escrita criativa.

A BBC Studios trouxe de volta uma das escritoras mais lidas de todos os tempos por meio de uma ferramenta de inteligência artificial. O objetivo do curso é guiar estudantes através das técnicas, obras e “pistas” da criadora de Hercule Poirot e Miss Marple.

O anúncio foi feito em um evento em Londres, contando com a presença de James Prichard, bisneto de Agatha Christie e chefe da Agatha Christie Limited, e Nicki Sheard, CEO de Marcas e Licenciamento da BBC Studios.

Prichard revelou ter ficado reticente com a ideia, mas o roteiro desenvolvido para o curso o impressionou profundamente. O projeto foi realizado com a bênção da herdeira da autora e com o “cuidado incrível e o máximo respeito” em termos de ética de IA.

Para recriar a presença de Agatha Christie, a BBC Maestro (que já oferece cursos de Isabel Allende, Harlan Coben e Alan Moore, entre outros) contou com ajuda da herdeira da “Rainha do Crime”: Vivien Keene, que é atriz profissional e artistas de efeitos visuais, desempenhou o papel de Agatha Christie nos vídeos.

A tecnologia de IA aprimorada, combinada com gravações de áudio restauradas, foi fundamental para reproduzir a voz e a aparência de Christie.

Questões éticas e estéticas em discussão

O uso de inteligência artificial na recriação de figuras em TV e cinema tem sido um tópico delicado e cada vez mais presente.

No Brasil, um comercial de tevê da Volkswagen chamou a atenção – e gerou alguma controvérsia – ao “reviver” a cantora Elis Regina em um dueto com a própria filha, Maria Rita.

Para os entusiastas, o uso de IA na “ressurreição” e preservação da memória de artistas é inevitável. Para críticos, a prática – principalmente quando envolve fins comerciais e publicitários – pode ser considerada indevida e eticamente questionável.