Josias Teófilo na Crusoé: O futuro do cinema brasileiro
Há uma carência de adaptações e um excesso de histórias originais, tiradas da cabeça do diretor ou roteirista
O cinema brasileiro começou o ano de 2024 mal – com um público inferior a 5% da bilheteria dos cinemas no país – mas terminou bem por causa de dois filmes: Ainda estou aqui, de Walter Salles (já com mais de 3 milhões de espectadores) e O Auto da Compadecida 2, de Guel Arraes e Flavia Lacerda.
Os filmes têm em comum retratarem épocas passadas e serem baseados em livros (se bem que no segundo caso é uma peça de teatro).
Acho um despropósito fazer a sequencia de uma adaptação, poderiam simplesmente fazer uma nova versão, mas ainda assim é relevante que seja um filme baseado num livro – o cinema brasileiro carece de adaptações e tem excesso de histórias originais, tiradas da cabeça do diretor ou roteirista.
Esses dois filmes mostram um caminho possível para o cinema brasileiro, que tem a ver com o nosso passado.
O cinema nacional não explorou devidamente a História: importantes fatos e movimentos não foram representados ou não foram apresentados na sua devida importância, coisa que o cinema americano sabe fazer muito bem.
No caso de Ainda estou aqui tem mais um elemento “passadista”: o filme foi feito em 35mm, e produziu uma boa reconstituição de época de Rio de Janeiro nos anos 1970.
A nostalgia é um dos sentimentos mais fortes que o ser humano pode experimentar.
Quando um filme consegue nos fazer sentir nostalgia ele foi bem-sucedido. É o caso de Ainda estou aqui.
Bem que poderia ter mais disso, e relacionado a outras épocas.
Eu não vivi os anos 1960 e 1970 mas consigo ter nostalgia dessa época.
A dificuldade de reconstituições desse tipo é orçamentária, filmes históricos são muito mais caros – é preciso recriar figurinos, cenografias, ambientes, reconstituir as cidades brasileiras (que mudaram muito).
E a crise econômica já tem afetado o audiovisual, assim como o aumento do dólar.
Ainda estou aqui foi feito com orçamento fora da realidade do cinema brasileiro, ao que tudo indica foi o filme mais caro feito no Brasil, mas ele aponta…
Siga a leitura em Crusoé. Assine e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)