O mês de janeiro de 2025 foi marcado por um calor incomum, registrando temperaturas recordes em todo o mundo. Este fenômeno ocorreu apesar da transição climática esperada para o padrão de resfriamento La Niña. Essa situação foi destacada por cientistas da União Europeia, revelando detalhes em suas análises mais recentes.

O recorde de temperatura vem se prolongando, com 18 dos últimos 19 meses apresentando uma média global 1,5 grau Celsius acima das médias pré-industriais. Esta sequência resulta de um fenômeno climático intenso, apesar de o mundo estar se afastando do aquecimento trazido pelo El Niño. O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus forneceu essas informações no seu boletim mensal.

Como El Niño e La Niña influenciam o clima?

El Niño e La Niña são fenômenos climáticos que impactam significativamente as temperaturas globais. Enquanto El Niño contribui para o aumento das temperaturas, La Niña tende a esfriá-las ao alterar as condições no Pacífico equatorial. Atualmente, mesmo com a expectativa de La Niña, as temperaturas continuam elevadas.

Embora El Niño tenha atingido seu pico há mais de um ano, os efeitos do fenômeno ainda são sentidos. Por outro lado, a formação completa de La Niña ainda não foi confirmada por todos os modelos meteorológicos. Cientistas norte-americanos sugerem que as condições de La Niña já começaram a aparecer, porém, o mundo ainda enfrenta uma situação de transição climática.

As mudanças climáticas persistem sem El Niño?

A ausência de forte influência de El Niño torna as temperaturas recordes surpreendentes. A liderança do serviço C3S observou que, mesmo sem a presença clara de El Niño, outros fatores estão contribuindo para o aquecimento contínuo. Entre essas influências estão as temperaturas elevadas em bacias oceânicas fora do Pacífico.

Além disso, as emissões de gases de efeito estufa permanecem como o principal agente de aquecimento. Os combustíveis fósseis, ao serem queimados, liberam gases que retêm calor na atmosfera, agravando as mudanças climáticas. Samantha Burgess, do C3S, destacou esse ponto, afirmando que a queima de combustíveis fósseis é a principal fonte de aquecimento.

Quais são as expectativas para os próximos anos?

As projeções indicam que 2025 pode ser o terceiro ano mais quente já registrado. Embora espere-se algum resfriamento devido ao surgimento de La Niña, as incertezas ainda cercam o desenvolvimento deste fenômeno. As observações sugerem que, mesmo com La Niña, a contínua influência das mudanças climáticas manterá as temperaturas elevadas.

Em janeiro, as temperaturas médias da superfície do mar foram as segundas mais altas registradas, apenas superadas por janeiro de 2024. Este dado ressalta o efeito duradouro do aquecimento global sobre os ecossistemas marinhos.