“Zero”, diz advogado de Braga Netto sobre possibilidade de delação
Para José Luis Oliveira Lima, o general não cometeu crime algum em relação ao suposto plano para se dar um golpe de Estado no país
O novo advogado do general Braga Netto, José Luis Oliveira Lima, afirmou nesta sexta-feira, 27, que é ‘zero’ a possibilidade de o ex-ministro-chefe da Casa Civil assinar um acordo de delação premiada em relação às investigações sobre o suposto golpe de Estado no país.
Para Lima, Braga Netto não vai assinar um acordo de delação porque não teria cometido crime algum, na visão do advogado. “Zero, não existe possibilidade alguma de ele fazer uma delação. Por qual motivo? Ele não praticou crime algum”, declarou, em entrevista à Globo News.
Braga Netto também é investigado por supostamente participar de um plano para neutralizar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
José Luis Oliveira Lima – também conhecido como Juca – tem forte trânsito nos tribunais superiores, principalmente no Supremo Tribunal Federal. Em 2009, Oliveira Lima conseguiu, na época, uma das maiores vitórias no Tribunal que foi ter tirado da cadeia o médico Roger Abdelmassih, acusado na ocasião de ter cometido crimes sexuais contra seus pacientes.
Oliveira Lima é amigo do ministro Dias Toffoli do STF e já promoveu um jantar em homenagem ao ministro Gilmar Mendes, em seu apartamento em São Paulo, em 2010.
Acusações contra Braga Netto
Braga Netto é investigado por tentar acessar informações da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Em depoimento à PF, Mauro Cid afirmou que o general e outros intermediários entraram em contato com seu pai, o general Mauro Lourena Cid, buscando detalhes sobre a colaboração premiada.
Defesa e reação
A defesa do general negou qualquer tentativa de obstrução e afirmou que não há fundamento para a prisão preventiva.
Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) justificou a medida como necessária para evitar interferências no caso.
A PGR ainda avalia os resultados das investigações para decidir se apresentará denúncias formais contra os indiciados.
A Operação Contragolpe investiga eventos ligados à tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022. O inquérito da PF, concluído no início de dezembro, indiciou 37 pessoas por crimes como conspiração, obstrução de justiça e planejamento de atos contra o Estado democrático de direito.
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