O veto do presidente Lula (PT, foto) a 5,4 bilhões de reais em emendas de comissão é uma jogada do governo para beneficiar os parlamentares e facilitar a negociação do pagamento de recursos antes das eleições municipais de 2024, registrou O Estado de S. Paulo.

Apesar dos vetos, o valor das emendas sancionado pelo petista nesta segunda-feira, 22, foi recorde, alcançando a marca de 48 bilhões de reais.

“Nem na época do orçamento secreto houve um volume maior. Parte dos repasses se traduz em uso sem transparência e que, no fim das contas, não reduz as desigualdades do País, como determina a Constituição”, afirmou o jornal.

“É preciso dizer que o Congresso vai tentar derrubar os vetos de Lula e recuperar o valor integral das emendas. Mas, e se não derrubar? O valor sancionado para as comissões, de 11 bilhões de reais, era a quantia inicialmente combinada entre parlamentares e aprovada na LDO. Na conta, 5,3 bilhões de reais foi a gordura que apareceu na LOA. Mesmo com o veto, o Congresso já sai no lucro”, acrescentou.

Embora o governo Lula diga não ter dinheiro para pagar as emendas de comissão antes de outubro, o valor sancionado tornou menos difícil para o Planalto fazer os repasses no primeiro semestre sem comprometer o caixa.

O Antagonista lembra que Jair Bolsonaro vetou o aumento do fundão eleitoral para 5,6 bilhões de reais enquanto a própria base bolsonarista acertava com o restante do Congresso o aumento do valor de 2 bilhões para 4,6 bilhões de reais, na eleição presidencial de 2022. A jogada é sempre a mesma, seja com fundão, agora sancionado por Lula com o mesmo valor para a eleição municipal de 2024, seja com emendas: ter gordura dos próprios aumentos para queimar, para passar a impressão de que houve contenção de gastos, quando os brasileiros estão pagando ainda mais, no total.

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