Venda de sentenças no MS passava por filhos de desembargadores
Sócios de escritórios de advocacia, os filhos dos magistrados são acusados de utilizarem suas pessoas jurídicas para "burlar mecanismos de rastreamento do fluxo de dinheiro"
A Polícia Federal afirmou nesta quinta-feira, 24, que o esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça dos Mato Grosso do Sul (TJ-MS) passava pelos filhos dos desembargadores afastados do cargo, registrou a Folha de S.Paulo.
Advogados e sócios de escritórios de advocacia, os filhos dos magistrados são acusados de utilizarem suas pessoas jurídicas para “burlar mecanismos de rastreamento do fluxo de dinheiro”.
“As conversas travadas entre a analista judiciária Natacha [Neves Bastos] e a magistrada Kelly [Gaspar] corroboram a hipótese criminal levantada no presente inquérito policial, no sentido de que a negociação de decisões judiciais ocorra por intermédio dos filhos dos desembargadores”, disse a PF.
“[Os filhos são], em sua maioria, advogados e sócios de escritórios de advocacia e utilizariam de suas pessoas jurídicas na intenção de burlar os mecanismos de rastreamento do fluxo de dinheiro”, acrescentou.
Cinco desembargadores são afastados do TJ-MS
Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS) foram afastados nesta quinta-feira, 24, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em função de uma investigação sobre venda de sentenças no estado.
São eles: Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJ-MS; Vladimir Abreu da Silva; Alexandre Aguiar Bastos; Sideni Soncini Pimentel; e Marco José de Brito Rodrigues.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul Osmar Domingues Jeronymo e seu sobrinho Danillo Moya Jeronymo, que é servidor do TJ-MS, também foram distanciados dos cargos que ocupam.
O afastamento é válido por 180 dias.
A Corte também autorizou a Polícia Federal a cumprir 44 mandados de busca e apreensão em quatro cidades: Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá. Além dos magistrados, são alvos servidores públicos, advogados e empresários investigados de se beneficiarem do esquema.
Batizada de Ultima Ratio, a operação apura possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
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