Valdemar Costa Neto (foto) minimizou a polêmica em torno da minuta golpista encontrada pela Polícia Federal na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. O objetivo era que Jair Bolsonaro instaurasse estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral.

Ao tentar blindar o ex-chefe do Executivo, que é filiado ao seu partido, o presidente do PL disse ao jornal O Globo que, mesmo cobrado pela própria base, Bolsonaro “não quis fazer nada fora da lei”.

“Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava [o papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. […] Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe”, afirmou Valdemar.

“Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer. Agora, vão prendê-lo por causa disso? Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: ‘Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam'”, acrescentou o presidente do PL.

Questionado sobre os motivos que fizeram Bolsonaro adotar o silêncio diante das pessoas que pediam intervenção, Valdemar afirmou: “Baque. Isso pode ter sido um erro meu, dos políticos, que não o preparamos para uma possível derrota. Nunca tocamos nesse assunto, não passou isso pela cabeça dele. Quando fui lá na segunda-feira (após a eleição), ele estava um pó. […] O mundo dele virou de ponta-cabeça.”