Trem desgovernado da Secom de Pimenta puxa o freio
Secretaria de Comunicação da Presidência da República não debochou de Jair Bolsonaro, familiares e aliados na última operação da Polícia Federal
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República suspendeu a produção de conteúdos que chamaram a atenção por debochar de Jair Bolsonaro, familiares e aliados nas contas oficiais do governo nas redes sociais, registrou O Globo.
Segundo o jornal, o presidente Lula (PT) pediu explicações ao ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta (foto), após as redes do governo ironizarem a família Bolsonaro com a hashtag #GRANDEDIA em postagem sobre o novo salário mínimo que dizia “Só notícia boa!”, enquanto a Polícia Federal realizava uma operação de busca e apreensão em endereços do vereador Carlos Bolsonaro, o Carluxo.
A conta Governo do Brasil também fez alusão aos adversários de Lula, utilizando o bordão “toc, toc, toc” em postagem sobre a visita de agentes comunitários para combater o mosquito da dengue.
Em meio a reações negativas até entre governistas, Lula questionou Pimenta sobre a origem do meme “toc, toc, toc”.
“Também foram levados a Lula vídeos com comentários que condenavam a estratégia do governo usada na publicação. De acordo com relatos, o presidente afirmou a auxiliares que não gostou da abordagem da publicação. No entanto, ao ser consultado se o post deveria ser excluído, o mandatário reduziu a importância das críticas e decidiu manter a publicação nas redes”, diz o jornal.
Após a bronca de Lula, as contas do Palácio do Planalto ignoraram a operação da PF que mirou Bolsonaro e aliados na semana passada.
Pimenta nem disfarça
Não é a primeira vez que contas oficiais do governo Lula nas redes sociais são usadas dessa forma. Em março de 2023, o perfil da Secom no X ironizou Jair Bolsonaro pelo caso das joias sauditas. “Fez uma viagem internacional e trouxe umas coisinhas? Siga as regras e não tenha problemas com a Receita Federal”, dizia uma das postagens.
O ministro-chefe da Secom tentou justificar a abordagem adotada no dia da operação da PF em endereços ligados a Carluxo dizendo ser “difícil para quem raciocina em uma linguagem analógica tradicional entender o papel dos algoritmos nas ‘janelas de oportunidades e fluxos’ que a comunicação digital precisar considerar.”
“É como se tivesse um trem em alta velocidade passando. Se eu ficar na frente sou atropelado. Se eu embarco junto, viajo na velocidade do trem, e levo junto a minha mensagem”, acrescentou.
“A mensagem principal é a dengue o trem é a pauta do dia. É assim que funciona. O resto é especulação e tentativa de tirar o foco do que é central e relevante neste momento”, completou.
Oposição quer investigar a Secom
Deputados de oposição ao governo Lula ingressaram com representações no Tribunal de Contas da União e na Procuradoria-Geral da República para investigar possível desvio de finalidade nas contas da Secom após postagens de caráter irônico feitas pelo Palácio do Planalto alusivas à operação da PF que mirou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
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