O deputado cassado, mas até segunda ordem elegível, Deltan Dallagnol, pré-candidato do partido Novo à Prefeitura de Curitiba, comentou no X, ex-Twitter, uma nota da colunista social da Folha sobre o evento em que Dias Toffoli e José Dirceu confraternizaram, na segunda-feira, 18, em São Paulo.

“Dias Toffoli é um dos juízes que vai julgar José Dirceu na 2ª Turma do STF.

Dirceu ainda tem 2 condenações na Lava Jato que seus advogados querem derrubar.

Tudo certo: juiz confraternizando com o réu na maior cordialidade do mundo. Você não verá nenhum garantista reclamando.”

Chefe de Toffoli na antiga Casa Civil do governo Lula, Dirceu foi solto duas vezes da prisão com votos do ministro do STF na 2ª Turma, junto com Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, agora ministro da Justiça e Segurança Pública. Embora o petista também tenha sido condenado no escândalo do mensalão, tendo saído da cadeia por indulto de Natal concedido por Dilma Roussef, ambos os casos se deram no âmbito da Lava Jato: primeiro, quando ele estava em prisão preventiva; e depois, condenado em segunda instância por envolvimento no petrolão, na época em que a jurisprudência autorizava prender.

Toffoli e Dirceu – que no dia 14 celebrou seu aniversário de 78 anos com a nata da velha política em Brasília – encontraram-se no lançamento de um anuário de Justiça, realizado por uma editora ligada a um site amigo de Gilmar Mendes. Quem também compareceu foi Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do STJ denunciado em 2019 pela Operação E$quema S, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro que também atingiu seu filho, o advogado Caio Asfor Rocha. A ação foi suspensa em 2020 pelo próprio Gilmar, como relembrou Crusoé na matéria “Cai o tráfico, fica a influência”, que atualizou os elos familiares entre escritórios de advocacia e tribunais, reforçados à luz do dia, com ajuda de Lula.

A coluna social do jornal, claro, não registra o histórico de cada um, nem essas conexões.