Simplesmente Damares
A inigualável Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, ganhou muitos pontos com o seu chefe em 2020. Damares não só participou de várias das lives de Jair Bolsonaro, como recebeu elogios de Jair Bolsonaro...
A inigualável Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, ganhou muitos pontos com o seu chefe em 2020.
Damares não só participou de várias das lives de Jair Bolsonaro, como recebeu elogios de Jair Bolsonaro:
“Só uma pessoa como ela para resolver aquele assunto. Não existe melhor pessoa que a Damares naquele ministério.”
Além dos afagos do presidente, a ministra passou a coordenar ações de governo envolvendo órgãos de outras pastas, como Saúde e Justiça.
Logo no começo do ano, o ministério da Mulher e Família apostou em uma medida considerada polêmica contra a gravidez na adolescência: a abstinência sexual.
Entidades se manifestaram contra a campanha da “iniciação sexual tardia“, alegando que não havia base científica para que a abstinência fosse adotada como política pública para a prevenção da gravidez.
A ministra ironizou a repercussão negativa: “O risco de dar certo, né? Nunca foi tentado no Brasil, oras. Vamos dialogar.”
Damares não seria Damares se não colecionasse ao longo do ano polêmicas à frente da pasta.
Na famosa reunião ministerial do dia 22 de abril, ela criticou ações de governadores e prefeitos que impuseram medidas de distanciamento social durante a pandemia de Covid-19 e defendeu a prisão de alguns gestores.
A ministra citou episódios (raros) em que pessoas foram detidas ou imobilizadas por descumprirem as normas de enfrentamento à pandemia.
Na mesma reunião, criticou o Supremo Tribunal Federal por ter pautado uma ação que poderia permitir o aborto em gestantes contaminadas com o vírus zika: “A gente tá vendo aí a palhaçada do STF”.
Para agradar ao presidente da República, defendeu o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 e chegou a falar em “milagre” no interior do Piauí, em razão do uso do medicamento.
Também sugeriu o Disque 100 para denunciar a falta do remédio que não tem nenhuma eficácia comprovada.
A ministra ainda gravou um vídeo para as crianças alertando sobre a Covid-19. Ela disse que o novo coronavírus “é uma coisa feia”, “muito malvado”.
Em setembro, a ministra causo indignação depois que assessores de sua pasta foram ao Espírito Santo para acompanhar o caso de uma menina de dez anos de idade que teve autorização judicial para realizar um aborto. A criança sofreu durante anos de abuso sexual por parte de um tio.
Os dados da criança foram divulgados na internet pela extremista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, que trabalhava na pasta de Damares até novembro de 2019. O ministério de Damares negou envolvimento com o vazamento de dados.
Em setembro, depois de ser demitida por Damares, a ex-secretária de Políticas de Promoção de Igualdade Racial Sandra Terena, mulher do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, denunciou suspeitas de irregularidades em convênios do ministério com uma ONG de Sergipe.
Após a Crusoé revelar a existência de um ofício em que a ex-secretária denunciava possíveis ilegalidades, a ministra ordenou a abertura de sindicância interna para investigar a acusação.
No dia 18 de dezembro, Eustáquio foi preso, a mando de Alexandre de Moraes, após violar a condicional por visitar a pasta de Damares.
Apesar da série de polêmicas, a popularidade da ministra começou a chamar atenção de lideranças partidárias. Ao menos duas legendas a convidaram neste ano para ser candidata ao Senado em 2022.
A possibilidade de substituir Onyx Lorenzoni no Ministério da Cidadania também chegou a ser ventilada.
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