Silvio Almeida quer conversar sobre “constelação familiar”
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, enviou um pedido ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) para debater os possíveis abusos na prática da constelação familiar como psicoterapia...
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, enviou um pedido ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) para debater os possíveis abusos na prática da constelação familiar como psicoterapia.
A constelação familiar, um método polêmico criado pelo filósofo alemão Bert Hellinger, busca resolver conflitos familiares por meio de técnicas de psicodrama. Durante as sessões, que podem ser individuais ou em grupo, são recriadas cenas para estimular o perdão aos ancestrais do paciente, mesmo em situações de violência ou abuso sexual.
De acordo com reportagem da CNN Brasil, o pedido de debate foi encaminhado ao ministro pelo Instituto Questão de Ciência, presidido pela bióloga Natalia Pasternak, por conselheiros do Conselho Federal de Psicologia e por pesquisadores na área do Direito. Segundo eles, a constelação familiar não possui respaldo técnico ou científico, apresenta alto potencial de violação dos direitos humanos e aborda conceitos inaceitáveis sobre temas como incesto e abuso sexual.
As instituições que compõem a representação do poder público no conselho atuam diretamente com direitos humanos. Entre elas estão a Defensoria Pública da União, o Ministério Público Federal, o Conselho Nacional de Justiça, órgãos do Poder Executivo como o Ministério dos Direitos Humanos, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal, além do Poder Legislativo, representado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
O ministro Silvio Almeida não emitiu opinião sobre a constelação familiar. Na carta encaminhada a ele pelos signatários, foi destacado que o crescimento dessa prática tem levado à criação de um mercado, que já oferece cursos de pós-graduação, havendo possibilidade de movimentos para que se torne um curso de graduação, com o apoio do grupo que defende a regulamentação da prática profissional.
Segundo os signatários da carta, esse é um exemplo raro das consequências graves de haver pouco rigor nas instituições brasileiras quanto à limitação de integração de práticas sem evidências científicas ao aparato estatal. A constelação familiar é considerada um sintoma grave de um problema crônico.
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