“Sigo indignado com a falta de pulso”, responde Valdemar a Pacheco
Cacique do PL e o presidente do Congresso trocaram farpas nas redes sociais depois da operação da Polícia Federal que mirou o deputado delegado Ramagem (PL-RJ)...
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, rebateu na tarde desta quinta-feira, 25, as críticas feitas pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que o cacique do partido de Bolsonaro “não organizava a oposição e passava pano para o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)”. Ambos trocaram farpas nas redes sociais depois da operação da Polícia Federal que mirou o deputado delegado Ramagem (PL-RJ).
“O que se vê no Brasil é o reflexo do sequestro das instituições e uso para fins políticos ao invés de combater o crime organizado, isso é o PT. Passei a vida toda defendendo a isonomia dos três Poderes, nunca fui covarde de me calar quando um Poder não respeita o outro, isso vale pra todos os lados. Sigo indignado com a falta de pulso para defender a imunidade de um parlamentar. Se o Senado tivesse um presidente comprometido, não iria perder tempo pra reclamar de presidente de partido”, disse o cacique do PL.
O que se vê no Brasil é o reflexo do sequestro das instituições e uso para fins políticos ao invés de combater o crime organizado, isso é o PT. Passei a vida toda defendendo a isonomia dos três Poderes, nunca fui covarde de me calar quando um poder não respeita o outro, isso vale…
— Valdemar Costa Neto (@CostaNetoPL) January 25, 2024
A fala de Valdemar foi uma resposta ao senador que, mais cedo, afirmou que a defesa do pedido de impedimento de ministro do STF ocorre publicamente, mas, nos bastidores, Valdemar “passa pano” ao comentar o tema. “Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF”, disse Pacheco em resposta a Valdemar.
E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema.
— Rodrigo Pacheco (@rodrigopacheco) January 25, 2024
Perseguição contra Bolsonaro
A troca de farpas entre ambos começou depois que Valdemar, em entrevista ao portal UOL, afirmou que a operação da PF que mira o deputado Ramagem (PL-RJ) é fruto de perseguição do ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro. O presidente do PL ainda defendeu o impeachment de Moraes e disse que Pacheco não atua pelos interesses do Parlamento.
“É mais uma perseguição do ministro Alexandre de Moraes contra bolsonaristas e a direita do país. Mas, isto só ocorre pelo fato de termos um presidente do Congresso frouxo. O Rodrigo Pacheco deveria agir pelo impeachment dele. A função do Ramagem, à frente da Abin sempre foi investigar”, disse Valdemar.
Abin paralela
Agentes da Polícia Federal cumpriram nesta quinta,21 mandados de busca e apreensão no âmbito de investigações do caso da Abin paralela. Dentre os alvos, está o ex-diretor da agência no governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem.
Como noticiou O Antagonista quando a espionagem ilega l foi revelada, em março, a Abin na gestão Bolsonaro usou de ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis, como celulares e tablets, sem a devida autorização judicial e sem o conhecimento dos alvos.
As buscas desta quinta estão sendo conduzidas tanto no gabinete de Ramagem quanto em seu apartamento funcional na Câmara dos Deputados.
Essa operação, denominada “Vigilância Aproximada, é um desdobramento da operação ”Primeira Milha”, que teve início em outubro com o objetivo de investigar o suposto uso criminoso da ferramenta de espionagem por geolocalização, chamada ”FirstMile”.
Software
As investigações da Polícia Federal apontaram que o software adquirido pelo governo utilizava dados de GPS para monitorar ilegalmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.
Segundo a gestão da Abin do governo Lula, o programa foi adquirido no final do governo Temer, poucos dias antes da posse de Jair Bolsonaro, e foi utilizado até parte do terceiro ano de seu mandato.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)