Sérgio Cabral não sai da cabeça de Lula
Prefeito carioca, que busca a reeleição em outubro, tenta se desvencilhar do ex-governador, de quem também foi aliado
A mais nova gafe de Lula, nesta quarta-feira, 7 de fevereiro, envolve seu antigo aliado condenado pela Operação Lava Jato e ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB).
Em evento no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, com Eduardo Paes, Lula chamou o prefeito pelo nome de Cabral e, depois, se corrigiu.
“Os projetos que o Sérgio….que o Eduardo apresentou são pertinentes”, disse o petista. “Eu não sei se vou atender todos, mas pode ficar certo que uma boa parcela deles a gente vai atender”, acrescentou.
A gafe levou Paes a risos.
O prefeito carioca, que busca a reeleição em outubro, tenta se desvencilhar do ex-governador, de quem também foi aliado. No Palácio Guanabara, Cabral apoiou a primeira eleição de Paes à prefeitura do Rio, em 2008, e permaneceram aliados durante a gestão.
Uma das tentativas de Paes de apagar esse passado envolveu, literalmente, remover Cabral de um vídeo de arquivo do lançamento do Porto Maravilha durante a visita de Lula, em 2023, para anunciar novos investimentos ao projeto.
Lula começa campanha por Paes
O presidente da República vai endossar a candidatura de Paes, apesar de ele não fazer parte do PT. A tendência é que o partido de Lula indique o vice na chapa à reeleição.
Além de ter convidado Paes para evento desta quarta, uma solenidade de lançamento da pedra fundamental do campus do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), no Complexo do Alemão, o petista ainda fez uma referência elogiosa ao prefeito fluminense em seu X – antigo Twitter.
“Eu converso com muitos prefeitos. Mas queria falar do Eduardo Paes. O povo do Rio de Janeiro tem um ótimo prefeito. Não precisa gostar. Mas é preciso respeitar e reconhecer o trabalho do Eduardo Paes”, disse o petista.
Essa foi a primeira referência pública ao trabalho de Paes.
Como estratégia para as eleições de 2024, o PT resolveu abrir mão de candidaturas próprias em algumas cidades estratégicas justamente pela falta de nomes competitivos. Em São Paulo, Lula vai apoiar Guilherme Boulos (PSOL); no Rio de Janeiro, o nome do partido será Eduardo Paes.
Na capital paulista, por exemplo, Lula articulou a entrada de Marta Suplicy na chapa de Boulos.
Na solenidade de refiliação de Marta, Lula defendeu o retorno da ex-prefeita, apesar de ela ter defendido o impeachment de Dilma Rousseff.
Lula chegou a compará-la ao ídolo da seleção brasileira Roberto Rivellino, meio-campista da seleção tricampeã do mundo, em 1970.
“Você não sabe como eu fiquei triste o dia [em] que o Corinthians perdeu do Palmeiras de 1×0 em [19]74, e o Rivellino foi obrigado a sair do Corinthians, porque a torcida culpou ele pela derrota”, disse Lula.
“E o Corinthians perdeu o seu maior ídolo, que foi jogar no Fluminense, e nunca deixou de ser corintiano”, acrescentou.
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