“Se alguém precisa ser punido, que se puna o líder do PL”, diz Sóstenes
Pelo menos três deputados bolsonaristas estão na mira do presidente da Câmara por participar da ocupação da Mesa Diretora
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse nesta sexta-feira, 8, que não aceitará que nenhum outro deputado da bancada seja punido pela realização da ocupação da Mesa Diretora da Câmara nesta semana. Como mostramos, pelo menos três deputados bolsonaristas estão na mira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), por participar do ato e podem ter seus mandatos suspensos por seis meses.
São eles Marcos Pollon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Zé Trovão (PL-SC). Motta ainda avalia aplicar pena de advertência a outros deputados que também participaram da mobilização.
“Se alguém tem que ser punido nessa história, sou eu. Eu não vou aceitar punição a nenhum dos nossos colegas que estavam ali e assumo a responsabilidade sozinho. Se alguém tem que ser punido, que se puna o líder do PL, que se puna o líder da oposição, que nós juntos, líderes, organizamos toda a ocupação que foi feita”, afirmou Sóstenes, em entrevista à GloboNews.
Segundo o líder do PL, a ocupação foi um ato de “extrema decisão”. “A decisão não é simples de um ato como esse, não há previsão regimental, mas era o ato para chamarmos a atenção do descumprimento que estava acontecendo”.
Sóstenes disse que, quando um combinado não é cumprido e o regimento interno da Câmara já não é suficiente para que deputados consigam seus objetivos, “acontecem atos lamentáveis como esse”. “Não temos prazer em ocupar o espaço que não é nosso. Fizemos como um ato de desespero por causa do descumprimento“.
Por outro lado, ele afirmou que não há nada no regimento interno que proíba a ocupação do plenário.
Sóstenes ainda pontuou que o acordo que levou ao fim do ato, na quarta-feira, 6, não foi feito com Motta. O presidente da Câmara teria dito que se cedesse a algum tipo de negociação e acordo com a ocupação, ele (Motta) estaria sendo chantageado. Dessa forma, explica Sóstenes, decidiu naquele dia discutir um acordo com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e outros líderes.
O grupo chegou a um combinado, que prevê pautar com prioridade o fim do foro privilegiado de parlamentares e o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Após o acordo ser firmado, Sóstenes e outros líderes foram à sala de Motta na quarta comunicá-lo. O presidente não concordou nem rejeitou. Porém, os líderes cominaram com ele que iriam à Mesa Diretora para explicar o acordo e encerrar a ocupação. Quando estavam explicando na Mesa, falou Sóstenes, o presidente da Câmara chegou para reassumir sua cadeira.
A ocupação, iniciada na terça, 5, foi feita em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e para pressionar a Câmara a avançar com o projeto de lei da anistia e PEC do fim do foro.
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