O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que “nos causou espécie” o anúncio de ontem da Pfizer de que não pedirá o uso emergencial de sua vacina contra a Covid-19 no Brasil.

“Nos causou espécie um pronunciamento de determinado laboratório, ao esclarecer que estava em dificuldades pela grande quantidade de solicitações da Anvisa. Uma vez que os aspectos solicitados pela Anvisa para uso emergencial são os mesmos solicitados pelo FDA nos Estados Unidos. Nos causou espécie uma vez que esse laboratório e outros já têm conseguido autorização para uso emergencial no FDA e em outras agências pelo mundo”, disse, durante entrevista coletiva à imprensa.

A farmacêutica desistiu ao avaliar que as exigências da Anvisa poderiam atrasar muito a autorização. Entre as exigências, estão análises específicas para o Brasil, quantitativo de doses e cronogramas – detalhes que só serão definidos na celebração de um contrato definitivo, o que não foi feito pelo governo Bolsonaro.

Élcio Franco disse que só vai assinar os contratos com as farmacêuticas, já preparados, depois da obtenção do registro junto à Anvisa.

“Nós não temos como estimar quando estará concedida essa autorização. Ontem, a Pfizer fez declaração em que julga ser difícil [o pedido para uso emergencial]. A partir do momento em que ela não quiser se submeter ao regramento da Anvisa, eu não posso pegar a Pfizer pelo braço, levar lá e dizer entregue seu relatório para a Anvisa. Posso pedir que a Anvisa aprecie com a maior brevidade possível”, afirmou.

Amanhã, técnicos da Anvisa vão se reunir com representantes da Pfizer para esclarecer o processo. Ontem, Jair Bolsonaro criticou a farmacêutica por falta de iniciativa em ofertar o imunizante.