O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta se manter como a principal liderança da direita brasileira e se cacifar como candidato à Presidência em 2026, apesar de estar inelegível até 2030, disparou contra o deputado federal e seu ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo-SP).

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Bolsonaro colocou Salles entre os nomes que buscam se impor como líderes, mas sem conquistar a liderança, e afirmou que o parlamentar passou de “marçalete”, em referência ao empresário Pablo Marçal, a “viúvo”.

“Tem cara que quer se impor como líder. Liderança você não ganha, você conquista. Então tem uns intergalácticos aí, manda marcar num bar em São Paulo, não vai ninguém”, disse Bolsonaro.

“Logo o Salles, que lá atrás estava assim com o Alckmin [quando ele ainda era do PSDB e governava São Paulo], como secretário. Depois [João] Amoedo [ex-presidente do Novo], que depois diz que voltou no Lula. Depois ficou comigo, se elegeu graças ao Eduardo [Bolsonaro, também deputado federal]. Depois foi ser ‘marçalete’. Agora tá viúvo”, acrescentou.

Salles estava com Marçal

Na reta final do primeiro turno das eleições municipais, Ricardo Salles declarou apoio a Marçal, apesar de seu partido, o Novo, ter Marina Helena como candidata à prefeita.

Após participar de um jantar com Marçal, o deputado disse que o então candidato do PRTB demonstrou franqueza, humildade e inteligência, admitindo que precisaria se cercar de pessoas capacitadas caso fosse eleito.

Salles era o candidato dos sonhos de Bolsonaro

Bolsonaro admitiu, em entrevista à rádio 96 FM, de Natal, em agosto, que o prefeito Ricardo Nunes (MDB), não era seu “candidato dos sonhos”. Não bastasse, o ex-presidente fez elogios a Pablo Marçal (PRTB), concorrente de seu aliado declarado.

“Fechei com o Ricardo Nunes. Não é o meu candidato dos sonhos, mas eu tenho um compromisso. E vou ajudá-lo onde (sic) for possível”, disse Bolsonaro.

“E lá tem a figura nova do Pablo Marçal, que fala muito bem, é uma pessoa inteligente, tem as suas virtudes. Não tem experiência, mas faz parte”, acrescentou.

O ex-presidente confessou que seu candidato a prefeito de São Paulo era o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP).

“Eu queria para a prefeitura o Ricardo Salles, e foi uma queda de braço até o momento que o Valdemar [Costa Neto, presidente nacional do PL] ganhou”, afirmou.