A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas elegeu nesta quarta-feira, 10, o senador Romário como relator do colegiado. O grupo de senadores terá o prazo de até 180 dias apurar denúncias de suspeitas de manipulação de jogos de futebol ligados a ganhos com apostas esportivas.

“[Queremos] colocar tudo a limpo, abrir as caixas-pretas das casas de apostas que existem no nosso país, entender e conhecer melhor que tipo de manipulação que vem acontecendo. E quem são os atores dessa manipulação”, disse Romário.

O requerimento para instalação da CPI das Apostas Esportivas foi apresentada pelo próprio senador, que é ex-jogador de futebol. No pedido, Romário afirma que as apostas esportivas movimentam muito dinheiro atualmente e que o possível aliciamento de jogadores e dirigentes para manipulação de resultados pode colocar em risco a credibilidade dos jogos.

Os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Eduardo Girão (Novo-CE) serão o presidente e o vice-presidente do colegiado, respectivamente. Em 2023, a Câmara dos Deputados teve uma CPI com a mesma linha de apuração.

Depois de 4 meses de audiências, a CPI da Manipulação de Resultados em Jogos de Futebol na Câmara encerrou os trabalhos em setembro sem votar o relatório final. Com isso, não houve nenhuma recomendação de providências.

Presidente do Bota Fogo será ouvido

No Senado, o senador Jorge Kajuru afirmou que caso a comissão encontre culpados por manipulação, o colegiado pedirá o banimento dessas pessoas do futebol. Segundo o presidente da CPI das Apostas Esportivas, o primeiro depoente deverá ser o dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, John Textor. 

“Textor, o dono do Botafogo, que todo o Brasil espera (…) será o nosso primeiro convidado. O Brasil quer saber as provas que ele tem, as gravações que ele tem, seria realmente o início bombástico desta CPI”, disse Kajuru. 

O empresário norte-americano alega que o Palmeiras vem sendo beneficiado por dois anos e afirmou que dois jogos do Verdão no Brasileirão de 2023, contra o Fortaleza e São Paulo, foram manipulados. Textor, no entanto, não apresentou provas para sustentar tais alegações.