Rodrigo da Silva: A democracia como exceção
Na estreia de sua coluna quinzenal na Crusoé, Rodrigo da Silva, documentarista e fundador do canal Spotniks, escreve sobre o caráter excepcional da democracia em um mundo marcado pela violência política —incluindo, é claro, o Brasil, que viveu 9 golpes de Estado desde 1822...
Na estreia de sua coluna quinzenal na Crusoé, Rodrigo da Silva, documentarista e fundador do canal Spotniks, escreve sobre o caráter excepcional da democracia em um mundo marcado pela violência política —incluindo, é claro, o Brasil, que viveu 9 golpes de Estado desde 1822.
“Na República, nossa liderança mais longeva —e provavelmente a figura mais popular já nascida em nossas cercanias— foi um ditador. As homenagens em praças e avenidas podem até tentar esconder as sombras da História, mas Getúlio Vargas fechou o Congresso Nacional, extinguiu partidos políticos, deportou e torturou opositores, censurou a imprensa e limitou direitos civis. Nada disso ainda hoje é impeditivo para vê-lo coroado como uma referência mesmo por candidatos bem posicionados para as próximas eleições presidenciais. E Getúlio nem sequer é o nosso único ditador de estimação. Por todo o Brasil, nossas praças e avenidas também homenageiam os 21 anos de ditadura militar impostos a partir de 1964. Duas décadas de violência política, censura, corrupção e estupidez.
(…) Se considerarmos os últimos 95 anos da nossa história, apenas 5 presidentes foram eleitos pelo voto popular e completaram o mandato: Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma. Mas mesmo Dilma acabou sofrendo um impeachment em seu segundo mandato, e Lula foi preso anos após deixar o governo. Lula e Dilma, aliás, possuem um longo histórico de aproximação ideológica com ditadores. Quando Fidel Castro faleceu em 2016, Lula o chamou de ‘o maior de todos os latino-americanos’. Quando Hugo Chávez morreu, três anos antes, Dilma decretou luto de três dias e disse que seu falecimento representava uma ‘perda irreparável’ à América Latina.”
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