Rodolfo Borges na Crusoé: Paralisando para a torcida
A confusa decisão da CBF de suspender o Brasileirão expõe outra tragédia, bem menos dramática que a das enchentes no Rio Grande do Sul, mas crônica: a do futebol brasileiro
Em sua coluna esportiva para Crusoé, Rodolfo Borges escreve sobre a paralisação do Campeonato Brasileiro. A medida foi em decorrência das enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul. Borges destaca que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não deixou claro o motivo da decisão.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu interromper por duas rodadas o Campeonato Brasileiro. Na nota em que anunciou a decisão, contudo, não está apontado um motivo para fazê-lo. A razão é a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, que já impediu Grêmio, Internacional e Juventude de disputar duas rodadas do Brasileirão, mas a CBF não deixou claro o que exatamente os clubes gaúchos ganharão com a paralisação geral, nem o que será feito ao longo desse período.
A entidade também não esclareceu como pretende rearranjar os jogos que não serão disputados nos dois próximos finais de semana. Disse apenas o seguinte, ao mencionar que “após consultar os 20 clubes participantes da Série A do Campeonato Brasileiro e receber o pedido de 15 equipes pela suspensão da competição até o dia 27 de maio, a CBF reitera o compromisso público assumido de transparência e diálogo pela atual gestão e suspende as rodadas 7 e 8 do certame”:
“A CBF informa também que a reunião do Conselho Técnico Extraordinária da Série A está mantida para o dia 27 de maio. Na conferência, os clubes vão deliberar sobre aspectos técnicos das competições bem como a situação de registro e transferência de atletas, questões jurídicas com relação aos acessos às competições internacionais como Libertadores, Sul-Americana e Mundial de Clubes e questões de direitos de transmissão e patrocínios.”
A nota indica que a CBF não sabe exatamente o que fazer. Não tem um plano. Parece ter feito o que soava bem. Demonstra solidariedade aos clubes do Rio Grande do Sul, mas por apenas duas rodadas. É o bastante? “Não se pode olvidar que o esporte e a sociedade caminham concomitantemente, não podendo se separar ainda mais em um momento tão difícil para a população brasileira”, diz a entidade presidida — sob decisão liminar — por Ednaldo Rodrigues.
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