Rodolfo Borges na Crusoé: O futebol impuro
"O Fluminense Football Club caiu de divisão pela primeira vez em 1996. Mas não caiu. Acusações sobre um esquema de suborno de árbitros levaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a suspender os..."
“O Fluminense Football Club caiu de divisão pela primeira vez em 1996. Mas não caiu. Acusações sobre um esquema de suborno de árbitros levaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a suspender os rebaixamentos no Campeonato Brasileiro daquele ano. Não adiantou. O tricolor carioca voltou a ser rebaixado no ano seguinte, e disputou a Série B de 1998, caindo de novo, daquela vez para a Série C. O Fluminense se tornou o campeão da terceira divisão do Campeonato Brasileiro de 1999 e, em mais uma histórica virada de mesa, subiu direto para a primeira divisão em 2000, quando foi disputada a famigerada Copa João Havelange”, escreve Rodolfo Borges na edição especial de fim de ano de Crusoé.
O ensaio, intitulado “O futebol brasileiro perdeu a inocência”, segue:
“Dezesseis anos depois, o Internacional de Porto Alegre caía pela primeira vez em sua história. E caiu mesmo, ainda que seus dirigentes tenham tentado subterfúgios na Justiça Desportiva para evitar o descenso. O Inter foi rebaixado, assim como o Cruzeiro, outro gigante, cairia pela primeira vez em 2019, e, neste 2023, o Santos. O futebol brasileiro mudou nas últimas duas décadas. Ainda que esteja longe do ideal, os clubes se profissionalizaram e os estádios melhoraram suas condições. O sentimento geral, contudo, é de desconfiança e frustração.
Os jogadores vão embora do país muito novos — Vinícius Jr., estrela do Real Madrid, jogou no time profissional do Flamengo por pouco mais de um ano —, os craques só reaparecem nos campos nacionais muito velhos, quando não têm mais fôlego para a Europa — e ainda se destacam, como Luís Suárez, Zé Roberto e Hernanes, nos casos mais recentes —, enquanto a seleção brasileira, sem Copa do Mundo há 20 anos, não desperta mais a mesma empolgação. Afinal, o futebol brasileiro está em crise?
Acabou o encanto, e não é de hoje…“
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