Rodolfo Borges na Crusoé: Derrota no Kilimanjaro
A altitude manteve a Bolívia viva no caminho para a Copa, mas o Brasil tem problemas para além do ar rarefeito
“Kilimanjaro é uma montanha coberta de neve com 5.895 metros de altura, considerada a montanha mais alta da África. Seu cume ocidental é chamado de Masai ‘Ngàje Ngài’, a Casa de Deus. Perto do cume ocidental, encontra-se a carcaça seca e congelada de um leopardo. Ninguém explicou o que o leopardo buscava naquela altitude”, diz Hemingway ao introduzir o conto As Neves do Kilimanjaro.
El Alto fica a 4.090 metros de altura, pouco mais da metade do tamanho da montanha africana. A seleção brasileira de futebol buscava pelo menos um empate naquela altitude na terça-feira, 9, mas acabou saindo com uma derrota para a fraca seleção boliviana.
Um resultado como esse só poderia ocorrer em um ambiente com o ar rarefeito do estádio da Bolívia, cuja seleção segue viva na luta para voltar a disputar a Copa do Mundo depois de 30 anos, ao ter se classificado para disputar a repescagem.
Altitude
Se o Kilimanjaro é a “Casa de Deus”, o Estadio Municipal de Al Alto, onde o jogo foi disputado, poderia ser chamado de “Casa do Diabo”, por submeter atletas de alto rendimento a circunstâncias desumanas para a prática esportiva.
Os bolivianos não perdem ali desde novembro de 2023, e sofreram apenas dois gols nos seis jogos disputados por lá nesse período — marcaram 12 com o duvidoso pênalti convertido contra Alisson, que abriu e fechou o placar de 1 a 0.
Quando jogou no estádio Hernando Siles Stadium, que também fica em La Paz, mas a apenas 3.637 metros, a seleção da Bolívia perdeu para Argentina e Equador nestas Eliminatórias para a Copa do Mundo, para ficar em apenas alguns exemplos.
Copa
“Você não pode morrer se não desistir”, diz Helen…
Siga a leitura em Crusoé. Assine e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)