Rio Tietê cada vez mais poluído
Segundo o relatório "Observando o Tietê 2023", realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, a sujeira agora se estende por 160 quilômetros, representando um crescimento de 31% em relação a 2022 e quase o dobro do registrado em 2021...
Segundo o relatório “Observando o Tietê 2023“, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, a sujeira do rio Tietê agora se estende por 160 quilômetros, representando um crescimento de 31% em relação a 2022 e quase o dobro do registrado em 2021.
A pesquisa foi realizada ao longo de 576 quilômetros, em 59 pontos de coleta que abrangem 102 municípios das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Sorocaba.
Dentre as causas apontadas para o aumento da mancha de poluição estão a irregularidade climática, a ocupação desordenada do solo e o uso irresponsável de agrotóxicos.
Segundo o Estadão, que conversou com o coordenador do projeto Observando os Rios da SOS Mata Atlântica, Gustavo Veronesi, para ele a falta de chuvas dificulta a dispersão da sujeira, enquanto chuvas intensas arrastam resíduos das ruas para o rio.
O estudo não relaciona diretamente a situação do rio com as mudanças climáticas, mas destaca que o comportamento cada vez menos previsível do clima está ligado ao aquecimento global. Além disso, moradias irregulares e o uso excessivo de agrotóxicos também contribuem para a deterioração do rio Tietê.
Apesar do aumento da mancha de poluição, a maior parte do trecho monitorado se mantém em condição regular, sinalizando uma situação geral de estabilidade. No entanto, o relatório ressalta que nenhum ponto de medição ao longo do rio apresenta qualidade da água considerada ótima desde 2010.
Diante desse cenário, foi anunciado o projeto Integra Tietê, que prevê investimentos de R$ 5,6 bilhões em obras de recuperação e saneamento até 2026. O projeto inclui intervenções de desassoreamento do rio e de seus principais afluentes, instalação de troncos e redes coletoras, estações de tratamento de esgoto e a implantação de monitoramento da qualidade da água nos 39 municípios da região metropolitana.
A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende explicou, em entrevista ao Estadão, que o programa Novo Rio Pinheiros, que está em andamento desde 2019, serviu como modelo parcial para as ações que serão implementadas no rio Tietê. A expectativa é que esses investimentos possam reverter a situação atual e garantir um futuro mais limpo e saudável para o Rio Tietê, que é um importante recurso hídrico do Estado de São Paulo.
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