Ramagem vai ignorar STF e seguir no jogo pela prefeitura do Rio
No fim de janeiro, o deputado e ex-diretor-geral da Abin foi o principal alvo de uma ação da Polícia Federal que apurou o uso ilegal de ferramentas de geolocalização
Ex-chefe da Abin, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) pretende manter a sua pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro apesar das investigações do STF e da Polícia Federal sobre o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A aliados, Ramagem tem dito que “irá para cima” e que não há a menor possibilidade de ele desistir da pré-candidatura. Pesquisas internas apontam o ex-chefe da Abin com um piso de 10% das intenções de voto. “E isso pelo fato de eu não ter colocado a campanha na rua. Quando isso ocorrer, vamos crescer”, disse Ramagem a aliados, conforme apurou este site.
No final de janeiro, Ramagem foi o principal alvo de uma ação da Polícia Federal que apurou o uso ilegal de ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis, como celulares e tablets, sem a devida autorização judicial e sem o conhecimento dos alvos.
Primeira Milha x Ramagem
A operação, denominada ‘‘Vigilância Aproximada’‘, é um desdobramento da operação ”Primeira Milha”, que teve início em outubro com o objetivo de investigar o suposto uso criminoso da ferramenta de espionagem por geolocalização, chamada ”FirstMile”.
As investigações da Polícia Federal apontaram que o software adquirido pelo governo utilizava dados de GPS para monitorar ilegalmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.
Segundo a gestão da Abin do governo Lula, o programa foi adquirido no final do governo Temer, poucos dias antes da posse de Jair Bolsonaro, e foi utilizado até parte do terceiro ano de seu mandato.
Ele nega
Em entrevista à Globo News, Ramagem negou o uso ilegal da ferramenta.
“Nós da direção da Polícia Federal, policiais federais que estavam comigo, nunca tivemos a utilização, execução, gestão ou senha desses sistemas”, disse Ramagem.
“Quando nós fomos ouvir o diretor responsável pelas senhas e pela gestão para demonstrar como funciona ou para melhor funcionar […] não estava tendo isso. Quando se negaram a me informar como eles estavam trabalhando com a ferramenta, eu exonerei esse diretor, que era o chefe dessa ferramenta, e encaminhei todo o procedimento para a corregedoria”, acrescentou.
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