Quaquá, do PT, sai em defesa de Silvio Almeida
Quaquá já defendeu outro político em decadência, o ex-deputado estadual Domingos Brazão, suspeito de mandar matar Marielle Franco
O deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ; foto) partiu em defesa do ex-ministro Silvio Almeida, exonerado nesta sexta-feira, 6 de setembro, após ser alvo de denúncias de assédio sexual.
“Quero, aqui, manifestar de pronto minha solidariedade ao Silvio Almeida. Negro, periférico, intelectual de altissimo nível! Corajoso no debate de classe e de raça”, escreveu Quaquá no Instagram pela manhã, antes do anúncio da exoneração do ministro.
O deputado ainda afirmou: “Mesmo se tivesse errado, mereceria de mim um perdão cristão. Na falta de provas e na sobra de disputa política mesquinha no aparelho de Estado, merece minha dúvida. Mas sobretudo merece minha solidariedade por tudo que ele é e representa”.
“Se a esquerda continuar com política de lacração e cancelamento, vai cada vez mais se afastar do povo real e virar pavão das mídias e das redes”, acrescentou.
Como ocorreu a derrocada de Silvio Almeida?
Como mostramos, a ONG Me Too Brasil informou ter recebido denúncias contra Almeida sobre casos de assédio sexual. Uma das vítimas, segundo o Metrópoles, seria a ministra de Igualdade Racial. Nesta sexta-feira, O Antagonista revelou com exclusividade que servidores foram coagidos a assinar um manifesto em defesa do ministro, o que se configuraria assédio moral.
Em resposta, o ministro negou as acusações. Em um primeiro momento, disse que as denúncias não passavam de uma “campanha” para afetar a sua imagem “enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público”. “As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram ‘denunciação caluniosa’. Tais difamações não encontrarão par com a realidade”, declarou Almeida.
Depois, o Ministério dos Direitos Humanos atribuiu as denúncias a uma suposta tentativa da ONG Me Too interferir em uma licitação para operar o Disque 100 – canal de denúncias sobre violência sexual envolvendo crianças e adolescentes. Depois, Almeida atribuiu por meio de interlocutores as denúncias a um fogo amigo dentro do governo Lula – desencadeado pelo ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a própria Anielle Franco.
Histórico de defesa de Quaquá
Antes do caso Silvio Almeida, em janeiro, Quaquá já havia partido para a defesa de outro político em decadência, o ex-deputado estadual Domingos Brazão, preso sob suspeita de ser o mandante do assassinato da ex-vereadora carioca Marielle Franco.
“Conheço o Domingos Brazão de longa data, inclusive de campanhas eleitorais nacionais onde ele esteve do nosso lado. Sinceramente, não creio que ele tenha cometido tal brutalidade”, disse Quaquá em artigo publicado em blog petista.
Quem mandou matar Marielle havia sido preso pela Lava Jato?
Blogs petistas afirmam que o agora delator Ronnie Lessa apontou Brazão como mandante dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (na foto, em painel de homenagem na Câmara dos Deputados) e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em 14 de março de 2018 com a participação do miliciano. São os mesmos blogs petistas que demonizam a Lava Jato, que chegou a prender Brazão cerca de um ano antes, em 29 de março de 2017, durante a Operação Quinto do Ouro, desdobramento da força-tarefa anticorrupção no Rio de Janeiro.
Vereador, deputado estadual por cinco mandatos consecutivos (1999-2015) e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) eleito em 2015 pela maioria dos pares na Assembleia Legislativa fluminense (Alerj), ele foi alvo de mandado de prisão temporária, junto a quatro outros conselheiros, no âmbito de investigação de fraude e corrupção no tribunal. A operação teve como base a delação premiada de Jonas Lopes, ex-presidente do TCE, e também atingiu o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-presidente da Alerj Jorge Picciani.
Os conselheiros foram acusados de receber propinas em troca de vista grossa sobre desvios em obras no estado. As vantagens indevidas incluíam uma mesada de 70 mil reais para cada um, que seria paga pela Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor).
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