Quanto custou o ‘Gilmarpalooza’ ao Congresso Nacional?
Levantamento indica o gasto de pelo menos R$ 600 mil com passagens e diárias para caravana de 30 deputados e senadores a evento promovido por Gilmar Mendes em Portugal
A 12ª edição do Fórum de Lisboa, o famigerado Gilmarpalooza, contou com a participação de 30 parlamentares brasileiros. As passagens e diárias desses deputados e senadores para Portugal custaram 600 mil reais, de acordo com levantamento da Folha de S.Paulo.
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O preço das passagens varia de 4,3 mil reais a 28,5 mil reais, para quem comprou em cima da hora, e tem parlamentar que solicitou até sete diárias — o evento teve três dias oficialmente, mas foi movimentado por reuniões paralelas, como o coquetel promovido por Flávio Rocha, dono da Riachuelo.
Na imagem que ilustra esta nota, compartilhada pelo deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), uma comitiva de deputados liderada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reúne com reunião com o presidente da Assembleia da República de Portugal, José Pedro Aguiar-Branco.
“Dos 25 deputados federais e 5 senadores que tiveram gastos bancados pelo Congresso, apenas oito constaram na programação oficial como palestrantes ou debatedores. Outros parlamentares também foram ao encontro, mas ou arcaram com as despesas ou tiveram os custos bancados por organizadores”, informa a Folha.
Quem banca?
A própria Folha já tinha informado que os gastos públicos de 30 das 160 autoridades que foram liberadas para participar do Gilmarpalooza neste ano somavam 450 mil reais, o que, adicionado aos custos para o Congresso Nacional, faz do fórum promovido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes um evento milionário.
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“Não existe nenhum evento do género em Portugal e seria até bizarro que existisse”, disse ao Papo Antagonista de quarta-feira, 3, o colunista português João Paulo Batalha, consultor de política anticorrupção que publicou na revista Sábado um artigo sobre o Fórum de Lisboa.
“O que me chamou atenção foi o fato de este evento acontecer todos os anos em Portugal, ao longo da última década, mais do que a última década, e em Portugal ser um evento praticamente desconhecido. É um evento [em] que realmente a Faculdade de Direito de Lisboa, que é uma das mais antigas do país, serve como anfitriã e facilitadora de uma rede enorme de contatos formais e informais que são possíveis descortinar, que bem conheço e que em Portugal ninguém sabe que existe”, comentou Batalha.
Assista à íntegra da entrevista:
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