Quais marcas de creatinas são impróprias para consumo no Brasil
Novo estudo da Abenutri aponta alta taxa de contaminação em suplementos de creatina; 18 produtos foram reprovados por falta de pureza
A Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) divulgou nesta quinta-feira, 10, um relatório que analisou 88 marcas de creatina comercializadas no Brasil. Entre as amostras analisadas, 18 foram consideradas insatisfatórias, com níveis elevados de impurezas.
O que define a aprovação ou reprovação dos produtos é o nível de pureza da creatina presente em sua composição.
Segundo o presidente da Abenutri, Marcelo Bella, os suplementos devem conter pelo menos 99% de creatina para serem aprovados, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite uma variação de até 20% no conteúdo declarado no rótulo. Produtos que ultrapassam esse limite entram na lista de reprovados.
Riscos à saúde com creatina adulterada
De acordo com Marcelo Bella, o consumo de suplementos adulterados traz sérios riscos à saúde dos consumidores.
“O perigo de ingerir alimentos ou medicamentos adulterados é a possível presença de substâncias não controladas que podem envenenar o organismo, levando até à morte”, alertou Bella à Folha de S. Paulo.
Ele ainda destacou que a Abenutri planeja entrar com uma ação no Ministério Público Federal (MPF) para punir as empresas que estão comercializando creatinas adulteradas no mercado.
Creatinas reprovadas no relatório
A lista de produtos reprovados inclui marcas conhecidas no mercado de suplementos, tanto nacionais quanto internacionais. Entre os que apresentaram maior índice de impureza, variando de 21% a 100%, destacam-se:
- Age – Creatine Monohidratada
- Cellucor – Creatin
- Dark Dragon – Crea Delite
- Melius Nutrition – Creatina 100%
- Impure Nutrition – Creatina
Essas marcas apresentaram contaminação significativa, sendo classificadas como perigosas para o consumo.
Produtos aprovados e de boa qualidade
Por outro lado, o relatório da Abenutri também divulgou a lista de marcas aprovadas, cujos níveis de impureza são aceitáveis para o consumo. Entre os produtos que apresentaram até 5% de impurezas, destacam-se:
- Absolut Nutrition – Creatina 100% Pure
- Adaptogen – Creatine
- Atlhetica Nutrition – 100% Creatine Flavour
- Growth Sup – Monohidratada Creatine
Essas marcas foram classificadas como seguras e dentro dos padrões exigidos pela Anvisa, o que reforça a confiança dos consumidores em produtos de alta qualidade.
O que é a creatina e quem pode utilizá-la?
A creatina é um composto produzido naturalmente pelo corpo a partir de aminoácidos e serve como fonte de energia para os músculos esqueléticos. Além de ser produzida no fígado e nos rins, pode ser encontrada em alimentos como carne vermelha e peixe.
O uso de creatina como suplemento é popular entre atletas de alta performance e praticantes de atividades físicas intensas, uma vez que a substância contribui para o aumento da força e da massa muscular.
No entanto, o nutricionista Lucas Fortunato ressalta que a suplementação de creatina não é indicada para todas as pessoas. “É necessária uma avaliação individual para determinar a necessidade do uso. Os grupos mais beneficiados são atletas de alto rendimento e idosos com perda significativa de massa muscular”, explica.
Apesar de seus benefícios, a creatina não é recomendada para todos. O nutricionista Gustavo Pimentel, membro da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (Sban), destaca que pacientes com problemas renais, diabéticos, usuários de drogas ou anabolizantes devem evitar a suplementação. “Em pessoas com função renal comprometida, o consumo de creatina pode agravar os danos aos rins”, alerta.
Além disso, o uso excessivo de creatina pode causar desconforto gastrointestinal, incluindo náuseas, dores abdominais e diarreia, especialmente quando não há acompanhamento médico ou nutricional adequado.
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