Quaest: popularidade dos governadores de direita não se abala
Caiado, Ratinho, Tarcísio e Zema seguem bem avaliados, segundo pesquisa. Recém-condenado a inelegibilidade, governador de Goiás tem 88% de aprovação
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 12, indica que a popularidade dos governadores de direita dos maiores estados do país não se abalou ao longo de 2024. Na maioria dos casos, os números até sinalizam para melhora nas avaliações.
Ronaldo Caiado (União) segue como o governador mais bem avaliado entre os considerados pela pesquisa, com 88% de aprovação — a pesquisa foi feita antes de uma juíza condená-lo a inelegibilidade por oito anos por abuso de poder político na eleição municipal deste ano.
Em abril, Caiado aparecia com 86% de aprovação, o que quer dizer que a variação positiva ocorreu dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais.
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“Embora a pesquisa tenha sido feita antes da justiça condenar Caiado por abuso de poder político, é inegável a força que o governador tem em seu estado. Caiado deve ser um dos governadores mais bem avaliados do país. Rejeição ao seu governo é de apenas 4%”, analisou o diretor da Quaest, Felipe Nunes.
Nunes seguiu na análise em seu perfil no X: “O alto índice de aprovação de Caiado é puxado pelos ótimos resultados em segurança pública e em educação que seu governo apresenta, na comparação com os demais estados. Os investimentos em ‘infraestrutura e mobilidade’ e habitação também aparecem mais bem avaliados do que em qualquer outro estado”.
Ratinho Jr.
A aprovação do governo de Ratinho Jr. (PSD), no Paraná, também oscilou positivamente, de 79% para 81%. Isso explica por que ele conseguiu emplacar a eleição de seu candidato à Prefeitura de Curitiba, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD).
“A explicação para tamanho sucesso do governo é a percepção da população que, comparado a outros estados, o Paraná está se saindo melhor: 76% dos entrevistados defendem isso. É a melhor avaliação entre os estados analisados”, analisou Nunes.
Zema
A avaliação positiva do governador Romeu Zema (Novo) oscilou para baixo, de 41% para 39%, mas a avaliação negativa seguiu o mesmo rumo, de 18% para 15%. Já a aprovação de seu governo oscilou positivamente, de 62% para 64%.
“O governador de Minas não tem conseguido manter um alto patamar de avaliação positiva entre eleitores do [Jair] Bolsonaro. Foi nesse segmento a maior queda de sua avaliação neste ano, sugerindo que seu lugar na disputa nacional não recebe naturalmente o apoio da direita radical”, comentou Nunes.
Tarcísio
Entre os principais governadores de direita, apenas a avaliação sobre a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos, foto) oscilou negativamente, mas em apenas um ponto percentual, de 62% para 61%. Mas a avaliação negativa também caiu, de 29% para 26%.
“O grande desafio do Tarcísio é melhorar sua imagem na capital. A diferença entre o positivo e o negativo na cidade de SP é de 10 pontos, no inteiro é de 31 pontos”, analisou o diretor da Quaest, completando:
“Mas o que chama atenção no caso do governo de São Paulo é que, mesmo diante de um aumento significativo de notícias negativas contra o governo (sai de 24% para 45% os que afirmam ter visto ou ouvido mais notícias negativos sobre o governo), mais notícias ruins não significam queda de popularidade do governador.”
Bahia
O desempenho dos governadores de direita contrasta com o do petista Jerônimo Rodrigues, na Bahia, cuja aprovação caiu de 63% para 54% desde abril.
“Territorialmente, Jerônimo tem o desafio de melhor a percepção sobre o seu governo em Salvador, onde a maioria avalia negativamente o trabalho do governo do estado. Lembrando que Bruno Reis, aliado de ACM Neto, faturou bem e no 1º turno a eleição em outubro”, analisou Nunes.
Segundo o diretor da Quaest, “Jerônimo precisa convencer os baianos [de] que o estado está melhor que os demais”. “Metade acha que a Bahia está pior, a outra metade que está melhor. Essa falta de consenso produz desconfianças e impacta na avaliação do governo”, comentou.
Lula
O governador da Bahia tem na relação com Lula um trunfo, de acordo com os dados da pesquisa, e isso valeria também para a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB).
“A favor do governo da Bahia está o fato de que o povo reconhece a ótima relação do governo do estado com o governo Lula. Se bem trabalhada, essa parceria pode ajudar Jerônimo a sair dessa situação”, analisou Nunes.
A tucana de Pernambuco, que passou os últimos meses ensaiando a saída do PSDB, tem mais avaliação regular (35%) do que positiva (32%), enquanto 29% consideram seu governo ruim.
“É Pernambuco o estado que mais valoriza a proximidade do governo do estado com o governo federal. No entanto, como a pesquisa mostra, até o governador do Paraná é visto como mais bem relacionado que a governadora de Pernambuco”, disse Nunes.
Isso explica os vários movimentos da governadora em direção a Lula desde que foi eleita.
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