Projeto da vacinação privada nem sequer é discutido na reunião de líderes do Senado
O Antagonista apurou que o projeto da vacinação privada contra a Covid nem sequer foi levado por Rodrigo Pacheco à discussão na reunião de líderes do Senado que terminou há pouco. É nessa reunião que os senadores decidem o que será votado em plenário...
O Antagonista apurou que o projeto da vacinação privada contra a Covid nem sequer foi levado por Rodrigo Pacheco à discussão na reunião de líderes do Senado que terminou há pouco. É nessa reunião que os senadores decidem o que será votado em plenário.
Como temos noticiado, a proposta que permite que empresas busquem vacinas para seus funcionários e familiares sem a obrigatoriedade de esperar a conclusão da imunização dos chamados grupos prioritários já foi aprovada pela Câmara — no último dia 7 — e encontra resistência para avançar no Senado.
O senador Humberto Costa (PT) disse a O Antagonista que o projeto “quebra um processo de equidade que é marcante no Sistema Único de Saúde”. Ele argumentou que “a doença já atinge de forma muito desigual” os brasileiros.
Jorge Kajuru (Cidadania) afirmou a este site que os políticos “que lutam nesse rumo [que apoiam o projeto] são todos empresários”. “Existe almoço de graça?”, provocou.
O senador Fabiano Contarato (Rede) também é contra a proposta, que, no entender dele, “revela o quanto, no Brasil, naturalizamos o privilégio e o patrimonialismo”.
“Os empresários ‘beneméritos’ tentaram até mesmo permitir a dedução dos valores pagos com suas próprias vacinas em seu Imposto de Renda: caridade para si próprios, mas com o chapéu alheio”, afirmou Contarato a O Antagonista.
Em coletiva de imprensa, o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT), confirmou que a tendência é de deixar em banho-maria o projeto da vacinação privada contra a Covid — leia mais aqui.
A iniciativa privada não pode ser alijada dessa maneira do esforço nacional de vacinação em massa. Ao ouvir ideólogos que demonizam empresários que, na eventualidade de ter imunizantes sobrando no mercado, poderiam ajudar a vacinar milhões de trabalhadores, fazendo a fila a andar, os senadores se acumpliciam com um governo inepto.
O “banho-maria” também mata. Literalmente.
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