“Prisão de Silvinei Vasques constata acerto da CPMI”, diz relatora Eliziane Gama
A senadora Eliziane Gama (PSD; foto) afirmou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (9) que a prisão preventiva do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei...
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA; foto) afirmou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (9) que a prisão preventiva do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques mais cedo “constata” um acerto da CPMI do 8 de janeiro, da qual é relatora.
Vasques foi preso pela manhã na Operação Constituição Cidadã, da Polícia Federal. Ele é suspeito de interferência no segundo turno das eleições.
“A prisão do Silvinei é a constatação real de que a CPMI está adotando uma linha de investigação correta e em consonância com os fatos”, disse a senadora.
Gama ainda afirmou que a comissão não obteve acesso aos inquéritos da Polícia Federal, mas, mesmo assim, conseguiu desmentir in loco as mentiras de Vasques em seu depoimento ao colegiado em junho.
“Quando Silvinei esteve aqui [, na CPMI], ele mentiu de maneira descarada em várias linhas. Nós tivemos aliás vários pontos que nós conseguimos comprovar inclusive no momento da oitiva dele de que ele estava mentindo”, disse a senadora.
“Na sequência, encaminhamos uma representação junto ao Ministério Público Federal para que tomasse as devidas providências”, acrescentou.
A operação da Polícia Federal deflagrada nesta manhã, batizada de Constituição Cidadã, investiga interferência no segundo turno das últimas eleições. Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, e 47 agentes da PRF terão de prestar depoimento.
Dentre os crimes investigados, estão prevaricação, violência política e impedimento ou embaraço ao exercício do voto. Vasques estava no comando da PRF durante o segundo turno das eleições, quando a instituição deflagrou diversas operações em cidades do Nordeste, onde se concentravam eleitores de Lula.
“Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país”, diz a nota oficial da operação.
Vasques estava no comando da PRF durante o segundo turno das eleições, quando a instituição deflagrou diversas operações em cidades do Nordeste, onde se concentravam eleitores de Lula.
Na véspera, ele publicou uma foto em seu perfil no Instagram pedindo voto ao então presidente Jair Bolsonaro.
A PRF realizou mais do que o dobro de operações no dia do segundo turno, 30 de outubro, comparado ao primeiro, 2 de outubro.
Quase metade das ações no segundo turno ocorreram apenas no Nordeste, com cerca de 300 ônibus abordados. A região representa menos de 30% do eleitorado nacional.
CPMI do 8 de janeiro
Vasques prestou depoimento à CPMI do 8 de janeiro em junho. Na ocasião, ele negou que fosse próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro e garantiu que não usou a corporação politicamente no segundo turno das eleições. Segundo a versão de Vasques, a região Nordeste teve um efetivo maior PRF por ser a região com as maiores malhas rodoviárias — seria também a região com mais frotas de ônibus e registros de acidentes e de crimes eleitorais. Ele argumentou ainda que o desbloqueio nas rodovias da região demorou por falta de apoio de governadores e prefeitos.
O ex-diretor da PRF foi confrontado pela relatora na ocasião. Segundo Gama, houve aumento das diárias pagas no segundo turno da eleição do ano passado, o que indicaria o uso eleitoral da PRF. O deputado Duarte (PSB-MA) destacou que a região Nordeste teve 1.378 inspeções, fiscalizações e operações no primeiro turno, e que o número saltou para 2.842 no segundo.
As mentiras flagradas de Vasques na ocasião lhe rendeu o troféu Óleo de Peroba no Papo Antagonista.
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