Prisão de aliado de Lira é a primeira do ‘orçamento secreto’
Aliado de Arthur Lira e beneficiado com mais de R$ 23 milhões em emendas do orçamento secreto em 2021 e 2022, o ex-prefeito de Rio Largo (AL) Gilberto Gonçalves foi preso hoje cedo pela Polícia Federal, em desdobramento da operação Beco da Pecúnia. Ele é apontado como chefe de uma organização criminosa instalada na Prefeitura...
Aliado de Arthur Lira e beneficiado com mais de R$ 23 milhões em emendas do orçamento secreto em 2021 e 2022, o ex-prefeito de Rio Largo (AL) Gilberto Gonçalves foi preso hoje cedo pela Polícia Federal, em desdobramento da operação Beco da Pecúnia. Ele é apontado como chefe de uma organização criminosa instalada na Prefeitura.
Há algumas semanas, o político havia sido alvo de busca e apreensão. A análise do celular de Gonçalves, encontrado pelos agentes da PF num terreno baldio ao lado de sua residência, revelou gestões para obstruir as investigações.
Ele é acusado de usar empresas de fachada para desviar recursos da saúde e da educação. Até agora, o inquérito apontou que ao menos R$ 10,6 milhões em pagamentos feitos pela Prefeitura às empresas Litoral e Reauto foram sacados por seus sócios — apontados como laranjas — na boca do caixa.
Segundo a investigação, a Litoral não possui funcionários e sua sede funciona num hotel. Ela pertence a Adson Lima da Silva, filho de Ailton José da Silva, dono da Reauto, que também não possui estrutura compatível com as movimentações financeiras registradas. Ao todo, as duas empresas receberam da Prefeitura mais de R$ 62 milhões, na gestão de Gonçalves.
Além da quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-prefeito, os investigadores flagraram ao menos quatro entregas de pacotes de dinheiro a seguranças pessoais de Gonçalves.
Entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2022, houve 233 saques de valores superiores a R$ 10 mil e 185 saques de R$ 49 mil. Para a PF, trata-se de tentativa clara de impedir que a movimentação seja identificada pela Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que registra transações acima de R$ 50 mil.
Gonálves foi afastado da Prefeitura, mas mantém a mulher no comando. Ele havia sido eleito em 2017 e reeleito em 2020. O político já foi preso outras três vezes, uma delas na Operação Taturana, que investigou esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa de Alagoas. O próprio Arthur Lira foi investigado e condenado por envolvimento no esquema. Os dois eram deputados estaduais.
A relação entre Lira e Gonçalves é pública e notória, com várias postagens em redes sociais e sites. Em julho, os dois participaram de um evento político no município. Em seu perfil no Instagram, o então prefeito escreveu: “A parceria do deputado Arthur Lira é essencial para o sucesso dessa gestão e Rio Largo segue avançando a passos largos.”
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