A primeira reunião realizada há pouco no Palácio do Planalto sobre a transição do governo Jair Bolsonaro para o governo Lula ocorreu sob um clima respeitoso, apesar da intensa troca de farpas entre petistas e bolsonaristas ao longo da campanha.

Participaram do encontro, da parte do Lula, vice na chapa petista, Geraldo Alckmin (PSB); a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o coordenador da campanha lulista, Aloizio Mercadante.

Da parte do governo, estiveram o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira; o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos; o secretário-executivo da pasta, Jonathas Castro; a chefe de gabinete de Ciro Nogueira, Saba Cordeiro de Monteiro (irmã do presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade, Alexandre Cordeiro) e o chefe de gabinete da Presidência da República Pedro Cesar Nunes, ex-SAJ, integrante do núcleo duro bolsonarista no Palácio do Planalto.

Segundo interlocutores do Planalto, a escolha de nomes vinculados ao Bolsonaro mostra ao PT uma boa vontade do governo federal de fazer uma transição com o máximo de tranquilidade possível. Na avaliação de aliados de Bolsonaro, é uma sinalização de “boa fé” por parte do governo federal.

Durante o encontro, a equipe de transição petista não entregou nomes que farão parte do comitê, que funcionará a partir da próxima segunda-feira no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil. Ramos também não fez qualquer menção ao resultado das eleições deste ano ao longo do encontro.

Como registramos mais cedo, Alckmin afirmou que houve uma primeira troca de impressões entre os integrantes do comitê de transição.

Alckmin disse que a presidente do PT conversou com os presidente de outros nove partidos que compuseram a aliança do primeiro turno para concluir as 50 indicações para o núcleo da transição.

“Eles vão indicar nomes para participar do grupo de transição e também pessoas que não estavam conosco no primeiro turno como Simone Tebet”, disse Alckmin.

“A conversa foi bastante proveitosa. Muito objetiva”, ressaltou o ex-tucano sobre a primeira reunião realizada na Casa Civil.

“Amanhã a Gleisi e Mercadante vão lá [no CCBB] fazer uma visita e deveremos começar a partir de segunda feira da próxima semana. A transição será instalada com o objetivo da transparência, do planejamento e de continuidade dos serviços prestados à população. Que a gente possa nesse período ter acesso a todas as informações, continuar os serviços e não interrompê-los”, complementou Alckmin.