Presidente da Petrobras admite e defende intervenção de Lula
"É legítimo que o CA se posicione orientado pelo Presidente da República e pelos seus auxiliares diretos que são os ministros", defendeu Jean Paul Prates
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, admitiu e defendeu na noite de quarta-feira, 13, intervenção de Lula na petroleira, mas disse que prefere chamar por outro nome: orientação.
“O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva. Falar em ‘intervenção na Petrobrás’ (sic) é querer criar dissidências, especulação e desinformação”, comentou em seu perfil no X o presidente da empresa, que insiste em acentuar Petrobras — o acento foi retirado oficialmente em 1995.
“É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobrás (sic) é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado Brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção!”, argumentou.
“Orientado pelo Presidente da República“
Prates seguiu, admitindo enfim a “orientação” de Lula: “É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa. É legítimo que o CA se posicione orientado pelo Presidente da República e pelos seus auxiliares diretos que são os ministros. Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários”.
“Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida. Vamos voltar à razão e trabalhar para executar, eficaz e eficientemente, o Plano de Investimentos de meio trilhão de reais que temos pelos próximos cinco anos à frente, gerar empregos, renda, pesquisa, impostos e também lucro e dividendos compatíveis com os nossos resultados e ambições”, finalizou o presidente da Petrobras.
A intervenção de Lula na Petrobras afetou consideravelmente o valor de mercado da empresa neste ano. O balanço financeiro da petroleira referente ao quarto trimestre de 2023 ficou 14% abaixo da previsão dos analistas.
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