Prem Milan investigado por tortura psicológica, agressão e estelionato
Ex-membros da comunidade Osho Rachana relataram experiências de manipulação, humilhação e exploração, além de agressões físicas apresentadas como parte de um processo terapêutico que incluía sexo livre e meditação
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul lançou, na quarta-feira, 11 de dezembro, uma operação de busca e apreensão na Comunidade Osho Rachana, localizada na zona rural de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre.
Esta comunidade é dirigida por Adir Aliatti, 69 anos, também conhecido como Prem Milan, que é associado ao polêmico guru espiritual indiano Osho.
Prem Milan está sendo investigado por diversas acusações, incluindo tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e outras práticas financeiras ilícitas. As autoridades estimam que ele tenha desviado cerca de R$ 20 milhões.
Sexo livre, meditação e agressão
Ex-membros da comunidade relataram experiências de manipulação, humilhação e exploração no ambiente comunitário, além de agressões físicas apresentadas como parte de um processo terapêutico que incluía práticas de sexo livre e meditação.
No decorrer da operação, a polícia apreendeu documentos, computadores, celulares e máquinas de cartão dentro da comunidade, os quais serão submetidos a perícia.
Conforme informações fornecidas pela delegada Jeiselaure de Souza, a investigação teve início após relatos de ex-integrantes ao Ministério Público do RS sobre abusos perpetrados por Prem Milan e outros membros da liderança da Osho Rachana.
Vida luxuosa e apostas online
Os depoimentos coletados revelam casos de tortura psicológica e violência física. Há ainda relatos de coação para que os membros da comunidade contraíssem empréstimos bancários para financiar atividades da organização.
A delegada informou que o autoproclamado líder espiritual teria utilizado os recursos desviados para financiar sua própria vida luxuosa, incluindo viagens e apostas online.
Durante a pandemia, ele exigiu que todos os membros contraíssem empréstimos substanciais, resultando em prejuízos superiores a R$ 4 milhões para os integrantes da comunidade.
Namastê
A porta de entrada para a Osho Rachana era o centro de terapia bioenergética Namastê, estabelecido em Porto Alegre desde 1997. Os serviços oferecidos por este centro atraíam pessoas em busca de ajuda para questões emocionais ou mentais.
Relatos indicam que as práticas terapêuticas na comunidade incluíam imersões que expunham os participantes a conteúdos inapropriados e eram utilizadas como instrumentos de controle emocional sobre eles.
A delegada mencionou que Milan se utilizava dessas informações pessoais para coagir as vítimas a contribuírem financeiramente com a organização.
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