O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, utilizou o Tribunal de Contas da União (TCU) para justificar os gastos com publicidade do governo em 2023.

À Folha de S.Paulo, ele negou que a escolha dos veículos que receberam a verba federal tenha sido política, embora blogs lulistas tenham recebido até mais do que alguns dos grandes jornais do país, e atribuiu a exclusão da Jovem Pan a uma recomendação do tribunal.

“Não foi por uma decisão política, existe uma recomendação do TCU, a partir de um encaminhamento sobre veículos que propagavam fake news. Portanto, nós simplesmente seguimos a orientação e a regra dessa recomendação de evitar a vinculação de conteúdo”, disse.

“Como foi aberta investigação específica sobre a questão da Jovem Pan, inclusive depois do 8 de janeiro, por conta dessa vedação, nós nos sentimos sem possibilidade de manter a empresa no plano de mídia”, acrescentou.

Pimenta, no entanto, mudou o discurso quando foi questionado sobre a reaparição da emissora na campanha publicitária da Secom de dezembro.

“Não há uma vedação, há uma recomendação, uma orientação. Se uma agência, se um ministério, entende que para uma determinada a campanha a Jovem Pan… Não tem nenhuma vedação nesse sentido”, afirmou.

Torneira aberta para a rede lulista

O governo Lula reabriu a torneira para os blogs que ecoam as narrativas de seu governo. Em 2023, primeiro ano do atual mandato, o pódio das verbas de publicidade federal na rede lulista ficou assim:

• Brasil 247 – 697,4 mil reais
• Portal Fórum – 343,6 mil reais
• Diário do Centro do Mundo – 222,4 mil reais

A grana do famigerado “Brasil 171”, portanto, superou os valores recebidos pelo Estadão (593,1 mil reais) e até pela Folha (648,9 mil reais), que divulgou nesta quarta-feira, 13, a lista dos agraciados na gestão do petista Paulo Pimenta na Secretaria de Comunicação Social (Secom).

O Antagonista tem orgulho em permanecer de fora dela, avesso a escambos com o poder.