Pequenas milícias, grandes negócios: o “CEO das cobranças” de Zinho
A milícia liderada por Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, criou um departamento especializado em coagir e ameaçar comerciantes e empresários para extorquir propina...
A milícia liderada por Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, criou um departamento especializado em coagir e ameaçar comerciantes e empresários para extorquir propina.
As investigações realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelaram que as extorsões contavam com a atuação de um líder, que tinha pleno conhecimento dos valores arrecadados e da violência empregada nas ações na Zona Oeste da cidade.
Segundo as investigações, cujos detalhes foram revelados pelo portal G1, Jonathas Rodrigues Medeiros, de 29 anos, apelidado de Pardal ou Pássaro, foi escolhido para ocupar esse cargo, apelidado de “CEO das cobranças”. No entanto, ele não foi encontrado durante a Operação Dinastia 2, deflagrada na terça-feira, 19, e é considerado foragido.
As investigações revelaram que Pardal tem total controle sobre as extorsões realizadas pelo grupo criminoso. Ele é considerado o mentor intelectual na busca pelas propinas, controlando planilhas e organizando as cobranças em conjunto com o grupo responsável por essa função.
O setor de cobranças da milícia contava também com cobradores encarregados de intimidar as vítimas e outros responsáveis por receber o dinheiro extorquido.
Para dificultar qualquer rastreamento das autoridades, os valores extorquidos eram depositados em contas bancárias por meio de PIX, uma forma de circulação de valores que não deixava rastros.
O MP destaca que o grupo utiliza a nomenclatura “Repasse de Segurança” para identificar os PIX, deixando claro que as cobranças criminosas são feitas sob o pretexto de oferecer segurança privada nas áreas exploradas pela milícia.
Até o momento, cinco pessoas foram presas dos 12 mandados de prisão expedidos, sendo que Zinho ainda está sendo procurado.
Além disso, foram encontradas diversas fotos em que Pardal aparece fazendo selfies em diferentes passeios, o que indica sua ostentação no mundo do crime. O MP aponta Pardal como uma figura central na arrecadação das propinas, principalmente aquelas exigidas das empreiteiras nas áreas dominadas pela milícia do Bonde do Zinho.
De acordo com o Gaeco/MPRJ, durante a primeira fase da operação Dinastia, realizada em agosto de 2022, foi possível identificar como a milícia cobrava propina dos empresários da construção civil, ameaçando paralisar as obras caso não fossem atendidas suas exigências.
As cobranças eram feitas em diversas etapas da obra, como topografia, construção de muros, transporte de concreto e serviços de pintura. Empresas chegaram a ser montadas para realizar o controle dos pagamentos, dissimular os valores criminosos e até mesmo embargar as obras em caso de inadimplência.
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