Para deputados, governo Lula “homologa eleição irregular” da Venezuela
Governo petista terá representação na posse de Maduro, prevista para 10 de janeiro. Oposição repudia decisão
Deputados de oposição se manifestaram contra o envio da embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Oliveira, para prestigiar a posse de Nicolás Maduro, na Venezuela.
O Antagonista ouviu os parlamentares Ubiratan Sanderson (PL-RS), Rodrigo Valadares (União-SE) e Silvia Waiãpi (PL-AP), que consideram a decisão sobre a representação brasileira na cerimônia uma contradição aos princípios do Estado Democrático de Direito.
Maduro ocupa o cargo de presidente da Venezuela desde 2013, quando assumiu após o falecimento de Hugo Chávez.
“Mais um absurdo diplomático do atual governo. Enviar representante para a Venezuela significa homologar um processo eleitoral flagrantemente irregular. Um disparate que será alvo de nosso repúdio”, declarou Sanderson (PL-RS) em entrevista a O Antagonista.
O governo do presidente petista terá representação na cerimônia de posse, prevista para o próximo dia 10, conforme informou o Itamaraty. Para os parlamentares, apesar de não reconhecer formalmente Maduro como vencedor das eleições de julho de 2024, o governo brasileiro, na prática, concede legitimidade à vitória do governante.
“Isso significa na prática que o governo brasileiro reconhece as eleições venezuelanas, mesmo sem as provas exigidas, mesmo com todos os indícios de fraude”, afirmou o deputado Rodrigo Valadares (União-SE).
Democracia na Venezuela ?
Para a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP), “o Governo do PT apoia e legitima o golpe contra a democracia na Venezuela. Se o governo não preza pela democracia no país vizinho, por qual motivo prezaria pela nossa?”.
As eleições no país comandado por Nicolás Maduro são vistas com desconfiança pelo mundo todo.
No Brasil, senadores de oposição se reuniram no Salão Azul do Senado Federal para anunciar o recebimento de atas originais das eleições na Venezuela que atestam a vitória de Edmundo González.
Maria Corina Machado enviou o emissário Gustavo Silva, que exibiu o conteúdo a jornalistas e parlamentares durante coletiva de imprensa.
Entrega das atas a Lula e voto impresso
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na ocasião, sugeriu que as atas sejam entregues ao presidente Lula, que evita decisão conclusiva sobre a posição do Brasil em relação ao processo eleitoral venezuelano.
“Aqui no Brasil nós que queremos um sistema eleitoral mais seguro acabamos sofrendo represálias por alguns integrantes de uma corte superior, dizendo que nós estamos trabalhando contra a democracia ou que nós queremos dar um golpe de Estado”, completou o parlamentar.
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