Palocci implica ainda mais Lula, Dilma e o PT
As minúcias dos depoimentos de Antonio Palocci à Polícia Federal foram reveladas aos poucos neste ano. O conteúdo da delação premiada do ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff é tão gigantesco e devastador que poderia dar origem a uma nova Lava Jato. Lula, claro, é onipresente nos depoimentos. Em um deles, revelado em janeiro, Palocci relatou...
As minúcias dos depoimentos de Antonio Palocci à Polícia Federal foram reveladas aos poucos neste ano.
O conteúdo da delação premiada do ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff é tão gigantesco e devastador que poderia dar origem a uma nova Lava Jato.
Lula, claro, é onipresente nos depoimentos.
Em um deles, revelado em janeiro, Palocci relatou entregas de dinheiro vivo a Lula em situações inusitadas. Em uma ocasião, segundo o ex-homem forte do petismo, uma caixa de uísque foi usada para acomodar R$ 50 mil reais.
Até o avião presidencial foi usado, de acordo com o ex-ministro, para transportar propina. As entregas foram confirmadas por dois motoristas de Palocci em depoimento à Lava Jato.
A delação do ex-ministro apontou uma sucessão de ilícitos e propinas, que chegam a R$ 333,59 milhões – segundo ele, arrecadadas e repassadas por empresas, bancos e indústrias a políticos e partidos nos governos de Lula e Dilma.
Palocci também jogou luz sobre a Operação Castelo de Areia.
Citou pagamento indevido de R$ 50 milhões do Grupo Camargo Corrêa às campanhas do PT no pleito de 2010, com objetivo de enterrar a operação junto ao STJ.
Baseada na delação, a Operação Appius, deflagrada em novembro, promoveu busca nos imóveis do ex-presidente do STJ César Asfor Rocha, suspeito de receber US$ 5 milhões para paralisar a Castelo de Areia, em 2010.
Em outra frente, a delação de Palocci contribuiu para a investigação sobre a roubalheira derivada do projeto de construção da usina de Belo Monte.
Ele citou nominalmente Erenice Guerra, ex-braço-direito de Dilma, como uma das articuladoras do esquema.
Dessa fonte de propina, segundo Palocci, saía ainda dinheiro para a família de Lula.
Além disso, também citou pagamento de vantagem indevida pela Ambev a Lula, Dilma e a ele próprio.
Disse que Gleisi Hoffmann recebeu R$ 3,8 milhões na campanha de 2010, quando foi eleita senadora pelo Paraná.
Relatou a compra da Medida Provisória 470, conhecida como o Refis da Crise. Segundo Palocci, Benjamin Steinbruch, Marcelo Odebrecht e Rubens Ometto repassaram dinheiro ao PT em troca da aprovação da MP.
O banqueiro André Esteves também foi personagem central da delação.
O ex-ministro disse que o banqueiro articulou com Guido Mantega acesso a informações privilegiadas do Banco Central, para favorecer o BTG em operações de mercado – inclusive sobre alterações nas taxas de juros.
Com base na delação, foi deflagrada a Operação Pentiti, em agosto, que mirou também Graça Foster, ex-presidente da Petrobras, acusada de permitir um esquema de propinas que dilapidou ainda mais a estatal.
Graças à delação de Palocci, a Lava Jato, em 2019, chegou perto de Dilma e de personagens do seu núcleo político.
A ex-presidente quase foi presa no final do ano.
Segundo a Crusoé, Dilma confidenciou que esse é o maior medo dela no momento.
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